sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O "baka"

Faça dia ou faça sol, ou lua, o cara estará lá parado esperando alguma coisa.. "quem acredita sempre alcança" mas ele não acredita de verdade. Não liguem pra ele.. ele é só um idiota.. a espera dele pode ser comparada com a daqueles caras que projetam super radio-telescópios tentando captar qualquer sinal alienígena, ficam só lá parados pois não podem fazer nada, e sabem que as chances são mínimas, mas em qualquer sala tem um refrigerador com um champanhe esperando pelo dia do sucesso, só que tem uma diferença: a espera deles tem muito mais chances de ter resultados do que daquele maluco.. Não sei como ele ainda espera. Ele é só mais um a olhar pra lua, quantos na terra também olham pra ela!! A lua nunca vai nem olhar pra ele direito, nem nunca vai saber que ele escreve sobre ela. Alguma vez ele até conseguiu falar com a lua, perguntou se ela achava ele idiota, ela disse que não, que ele era "baka"(idiota em japonês, ou coisa do tipo), ele inicialmente acho que era abreviação de babaka, mas deixou pra lá.. Mas tudo bem. O cara não liga pra isso não, só ficou pensando "como a lua tava linda naquele dia". Acho que ele já se acostumou a ser só mais um a olhar pra lua.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A chave [2]

O cara de novo. Dessa vez ele estava na rua, uma rua sem saída, sentado em um degrau rodeado por baratas que de vez em quando apareciam. Era noite, uma noite sem lua, dava para ver algumas estrelas mas não muitas porque haviam nuvens que se moviam rapidamente pelo céu escuro. Escura também estava a rua, a lâmpada do poste logo acima dele ficava ligando e apagando a cada uns 5 minutos. Como sempre sozinho e sem notar muito movimento, ele estava pensando.. nem ele mesmo sabe em que exatamente mas tinha algo a ver com uma certa "chave", e rapidamente veio à sua cabeça o álbum "Revolver" dos Beatles, pensou nas músicas 12 e 13 ("I want to tell you", e "Got to get you into my life") mas lembrou da 2ª música("i'm a loser") do "Beatles for sale" e então quis pensar em outra coisa. Apesar de que a lembrança da "chave" o perseguia, pensava em como "ela" estava naquele dia, em como "ela" sempre era, intrigando sua mente. Ele não tinha culpa. Não podia se controlar, era apenas um Humano. Afinal, como ele iria abrir a porta sem a "chave"? E o que haveria lá dentro?? Estava ele pensando nisso de novo, até que o vento frio e as luzes monocromáticas da rua o consolaram, ele enfim percebeu que não precisava ficar pensando assim, ele encontrará a "chave" quando chegar a hora certa...