terça-feira, 27 de novembro de 2012

O monólito de madeira e o carro azul.

Era um centro comercial, uma enorme área com alguns prédios bem altos especializados em vendas. O dia estava ensolarado com poucas nuvens. Carregávamos com dificuldade aquele grande e pesado monólito de madeira, eu e outra pessoa que me ajudava. A nossa única esperança era o carro azul. Só o carro azul poderia nos tirar dali. O lugar estava cheio. Passavam muitas pessoas ali caminhando, carregando suas compras, conversando, dirigindo seus carros azuis. Foi quando de repente começaram a erguer as grades. Enormes grades de metal saindo do chão, mas os portões ainda estavam abertos para todos saírem. Nos alto falantes uma voz gritava "Saiam daqui imediatamente! É proibido o uso de carros azuis neste lugar!". E agora todas as pessoas gritavam e corriam para as saídas. A pessoa que me ajudava largou o monólito no chão e saiu correndo também. Ele era muito pesado para eu carregar, mas não podia deixá-lo ali. Por fim todos foram embora, não sobrou ninguém lá exceto eu. Os portões foram fechados. Eu estava lá sozinho, com aquele enorme monólito e sem nenhum carro azul. Os barulhos da multidão correndo foram ficando cada vez mais distantes até desaparecerem por completo. O sol se pôs revelando uma noite muito estrelada. A lua cheia nascia muito bonita e logo estaria alta no céu. Era como se eu estivesse em um deserto e tudo o que vi antes fosse uma ilusão. Aos poucos tudo foi ficando mais e mais escuro, a lua foi ficando mais escura e as estrelas sumiam uma a uma. Chegou ao ponto de não ser mais possível ver ou ouvir absolutamente nada. Tão sozinho quanto nunca estive, subi naquele grande monólito, me deitei e adormeci. O dia nunca mais amanheceu.




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