domingo, 24 de março de 2013

Elas são cruéis (Elas sangram inocência)

As vezes a gente até pensa:
"É maldade né".
E elas são bem cruéis mesmo.
Riem, fingem.
Quase flutuam.
Ou são carregadas?
São tão solitárias, não é mesmo?
É tão solitário pra elas, não é mesmo?
Enquanto são carregadas.

Você corre e corre ainda mais.
Encontra a escada.
Sobe alguns degraus.
Tropeça em outros.
Quase cai da escada.
Tudo conspira contra você.
Pânico, respiração ofegante.
Você encontra a lupa.
Começa a procurar.
E quando você as atinge.
Elas sangram inocência.

Elas são cruéis.
Elas sangram inocência.
Muito supimpa.
Elas esguicham inocência.

Hoje elas atacaram bem.
Elas estão por todos os lados.
Elas são cruéis.

E a solidão bate na sua porta.
Sua linha de raciocínio é quebrada.
"Elas sangram inocência..." -  toc toc toc...
Você não responde, finge que não tem ninguém em casa.
Mas ela é paciente.
Ela bate de novo.
E senta do lado de fora.
Você fica bem parado e em silêncio.
Pra ver se ela desiste.
O frio começa a te tomar o controle.
Ela levanta e bate de novo.
Um arrepio sombrio e sinistro te invade,
porque você sabe:
Ela nunca vai desistir.
Ela nunca vai te deixar.
Ela vai continuar sangrando inocência.

Fica tudo tão frio.
Você nem pode se mexer.
O sangue congela, seus pés estão presos.
E você acaba se afogando no sangue
que elas sangram de inocência.

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