domingo, 13 de julho de 2014

O "Rock bar"

Oi, Doutor!
Me desculpe por ficar tantos dias sem escrever, eu estava ou ocupado ou com preguiça demais para vir aqui.
Reencontrei dois velhos amigos ontem, Doutor!
A gente se encontrou em um desses "Rock bar" da cidade, ficamos rodando por aí até as 2 da manhã.
Sim, eu sei que é muito estranho porque eu realmente nunca vou em lugares assim. Na verdade, foi a primeira vez que eu fui em um "Rock bar" que não fosse a céu aberto, onde eu não poderia fugir de um apocalipse humano.
A princípio, foi extremamente difícil pra eu me convencer a ir. Você sabe como funciona meu psicológico, não é, Doutor? eu saí daqui pensando que todas aquelas pessoas iriam me matar com serras elétricas lá mesmo, ou que meus 2 amigos iriam se transformar em zumbis e arrancar meus olhos enquanto eu ainda estivesse consciente e depois retirar meu coração pela minha boca.
Mas, por sorte, não foi isto que aconteceu.
Na verdade o reencontro foi bastantemente legariótico. Eles são um tanto quanto forever alones também, (não tanto quanto eu, é claro, mas..) então a gente pôde conversar sobre as "Alonidades" da vida, e ainda ouvir música de excelente qualidade. Espero poder sair com eles com maior frequência, e até com outras pessoas em lugares semelhantes também. Talvez com o tempo eu pegue o jeito.
Algumas coisas importantes eu pude perceber:

 - Estes bares realmente não são bons lugares para escutar música especificamente. As pessoas não vão lá pela música, mas sim pelas outras pessoas. Jamais, em hipótese alguma, devemos ir sozinhos a um bar desses, Doutor. Não importa a banda que toque lá. Os humanos vão nos massacrar se fizermos isso.

- Eu já cheguei a tal nível de forever alone que a minha mente já bloqueia muita coisa automaticamente, Doutor, sem eu fazer nenhum esforço. Mas lá eu pude ver bem de perto alguns casais humanos interagindo entre si, abraçados ternamente, curtindo um momento juntos, conectados física e mentalmente. Sabe, Doutor, fazia um tempo que estas coisas não passavam pela minha mente. Em certo ponto as visões começaram a furar minhas defesas e a corroer meu interior, inundando minha mente de solidão. Eu reencarnei meu bom e velho papel de solitário no meio da multidão.

- Se as minhas chances de interação com humanas são quase imperceptivelmente diferentes de zero quando eu vou a um evento sozinho, as chances somem definitivamente se os meus amigos estiverem lá. E eu acho que a partir de agora, vai ser bastante difícil eu e você irmos em algum evento sozinhos, Doutor. O que também não é problema, porque ontem eu pude ver que pode ser divertido sair com pessoas que tenham alguma limitação mental em comum com a gente.

Enfim, Doutor. Eu queria conversar mais. Tem um bocado de coisa pra desabafar, tem os acontecimentos do ano passado fazendo aniversário pra "comemorar" (está entre aspas porque não são acontecimentos felizes), tem a insolência de um certo "broto" de aparecer na minha casa, tem uma bruxa velha tentando se aproximar de novo... Realmente ainda temos muito o que conversar. Mas agora não posso, porque é hora de ir dormir. Incrível quantas vezes essa hora de dormir já interrompeu meus posts, não é, Doutor?
Nos vemos mais... quero dizer, conversaremos mais tarde, Doutor, já que você não tem forma física que eu possa ver.
Mas, na maioria esmagadora do tempo, você é o único com quem posso falar, Doutor, e foi bom conversarmos!
Até mais!

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