domingo, 24 de abril de 2016

O homem que caiu no poço sem fundo

Tinha um cara, há um tempo atrás, que costumava vir aqui no blog à noite de vez em quando escrever uns posts.
Eu gostava bastante dos posts dele.
Ele só aparecia de noite.
Acho que era o verdadeiro eu.
Me pergunto por onde ele anda.
Talvez já tenha morrido.

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Eu ia visitar um amigo que não encontro há um bom tempo, mas ele estava dormindo e não pôde me receber.

Eu estou tentando fazer uns rádios funcionarem, mas não estou tendo muito sucesso. Pedi ajuda sobre isso para um antigo colega de trabalho que já trabalhou com esses rádios. Ele disse que me enviaria o trabalho que tinha feito para eu ver como funciona. Mas ele não enviou.

Estou ouvindo o álbum "The Division Bell" do Pink Floyd, do qual gosto bastante.
Mas é um álbum um tanto quanto triste pra mim, me lembra de algumas tentativas desastrosas de me humanizar.

Eu me sinto como o cara que tropeçou e caiu no poço sem fundo. No início ele sentiu muito medo, mas após algumas horas caindo, começou a se sentir entediado. Ninguém temeria mais a imortalidade do que ele.

O tempo passou tão rápido e eu fiquei tão atrasado.
O espaço cresceu tão rápido e eu fiquei tão só.
Não ouço nenhum som.
Não vejo nenhum raio de luz.
Não sinto sequer um pensamento que não venha de mim mesmo.
E até os que vem de mim mesmo vão se tornando cada vez mais raros.
Para onde foi todo mundo?
Onde estão?
E por que eu fiquei aqui sozinho?
Voando cada vez mais rápido em direção ao nada.

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