A urina caiu sobre nós pouco antes que a morte o fizesse.
Não havia confete e nem música.
Apenas urina e morte.
A morte cairia sobre nós como uma benção.
Era carnaval.
O carnaval era igual a vida.
Sujo, imundo, nojento, e todo mundo estava alegre e sorrindo.
O carnaval era igual a vida: ficamos nos perguntando o que todas essas pessoas estavam fazendo aqui sendo que não há nada aqui.
O carnaval era igual a vida: morto, cinza, sem cor.
O carnaval era igual a vida: nós não queríamos estar nele.
O carnaval era igual a vida: depressão, solidão, anseio pelo fim.
O carnaval era igual a vida: chove urina envenenada, e nós abrimos a boca para receber a benção da morte.
A morte cairia sobre nós como uma benção.
O carnaval caiu sobre nós como uma maldição.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário