Eu estava bastante pensativo, e um tanto quanto triste hoje.
Pensava sobre a minha vida e a engenharia em geral.
Quero dizer, desde criança eu sempre fui encantado pela engenharia, desenvolvimento, criar novas coisas.
Porém, hoje, quando efetivamente trabalho com a área, profissionalmente, há alguns aspectos que entram muito em conflito com valores que eu tenho para mim.
Não posso demorar muito mais aqui mas, resumidamente, hoje eu pensava principalmente sobre duas coisas:
- O fato de algumas coisas que eu venha a criar possam tirar o emprego de outras pessoas.
- Algumas pessoas com quem trabalhamos em conjunto na área: chefes, clientes, etc, essas pessoas tendem a ser tão esmagadoramente negativas, arrogantes, estressadas, desrespeitosas. Creio até que chegam a trabalhar de forma anti ética com as pessoas, considerando-as apenas peças insignificantes do sistema de produção, sejam elas funcionários, provedores de serviço, etc.
Bem, pelo menos em relação ao segundo ponto, nossa querida Aira nos tranquilizou um pouco. Isto é, em sua infinita ignorância, ela mostrou que, não é só na engenharia que encontramos pessoas difíceis assim. Pelo jeito dela, ela certamente não chega nem perto de qualquer coisa que seja concreta ou exata neste mundo, mas ainda assim, se mostrou ser o mais amargo e intragável dos chocolates aerados.
Obrigado, Aira, por incrível que pareça, você facilitou um bocado as coisas na minha mente.
Que Pancroteia ilumine nossos caminhos!
sexta-feira, 28 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
Forjado incapaz
Preciso de ajuda.
O que fazer quando você tem alguma coisa bastante complicada e super importante para entregar em um curtíssimo prazo e não tem sequer a mínima motivação para fazer?
Não consigo olhar para a tela do meu computador por 2 minutos ininterruptos.
Como eu queria poder estar em um lugar calmo e silencioso.
Por mais que eu esteja trancado no quarto, a barulheira que vem de fora faz doer minha cabeça.
Como eu queria que tivesse alguém aqui, nem que seja para me dar um chute se eu não evoluísse esse trem logo.
Mas neste deserto, eu vejo apenas areia para todas as direções até a infinitamente distante linha do horizonte.
Eu preciso de ajuda, mas, nem eu mesmo sou capaz de me ajudar.
Eu não sei o que fazer..
O que fazer quando você tem alguma coisa bastante complicada e super importante para entregar em um curtíssimo prazo e não tem sequer a mínima motivação para fazer?
Não consigo olhar para a tela do meu computador por 2 minutos ininterruptos.
Como eu queria poder estar em um lugar calmo e silencioso.
Por mais que eu esteja trancado no quarto, a barulheira que vem de fora faz doer minha cabeça.
Como eu queria que tivesse alguém aqui, nem que seja para me dar um chute se eu não evoluísse esse trem logo.
Mas neste deserto, eu vejo apenas areia para todas as direções até a infinitamente distante linha do horizonte.
Eu preciso de ajuda, mas, nem eu mesmo sou capaz de me ajudar.
Eu não sei o que fazer..
A maçã podre
Eu também estou com uma maçã podre enfiada em minha carne.
Igual ao pobre Gregor.
Tudo ficou tão melhor depois que ele se foi, coitado.
E a maçã na minha carne vai apodrecendo cada vez mais, corroendo minha carne, minha alma.
A esse ponto eu não sei mais o que é meu cérebro e o que é uma lasanha estragada. Por segurança, joguei os dois fora, porque lasanha estragada até que dá pra comer, no pior dos casos você pega uma diarreia, ou infecção intestinal, nada grave.
Mas, meu cérebro é algo que realmente não é bom chegar nem perto agora.
É pior que arma.
Pior que raio.
Pior que cama elástica que se quebra.
Pior que a vida.
Pior que 3 fins de semana perdidos.
Aquele momento em que o fim parece ser um ponto de som e luz e todo o resto parece ser uma esfera negra, silenciosa e dominante,
Não há som nem luz, exceto pelos emitidos pelo fim, aquele ponto de som e luz.
Codificado com alta taxa de compressão e diversos dispositivos altamente eficientes para correção de erros durante a transmissão.
Muitas coisas deram terrivelmente errado nesses últimos 5 anos.
Quero dizer, o processo normalmente já deve ser difícil com as coisas dando certo.
Mas, com elas dando tão errado, eu nem sei como foi possível chegar até aqui.
E não, não tinha necessidade de dar tão errado.
Ok, eu não vou ficar reclamando.
Mas, a motivação se foi.
Muita coisa se foi, e foram tantas reconstruções a partir de ruínas.
É pegar uma casa, destruir, construir de novo usando apenas o material que foi demolido.
E repetir o processo, repetir de novo, repetir de novo.
A casa está lá, mas está construída de pó compactado, madeira colada com fita adesiva, restos.
A maçã podre.
Não podemos exigir muito de mim.
E não tem ninguém que vai me dizer pra eu segurar firme, que tudo vai dar certo.
E eu já me acostumei com isso, não faz mal nenhum.
Não, não vai ficar bom, mas vai ter que sair.
Alguma coisa vai ter que sair.
Por mais que a mediocridade atinja o infinito.
Não é significante, pois, tudo, na verdade, está além daquele ponto.
O ponto de som e luz.
A maçã podre.
O fim.
Igual ao pobre Gregor.
Tudo ficou tão melhor depois que ele se foi, coitado.
E a maçã na minha carne vai apodrecendo cada vez mais, corroendo minha carne, minha alma.
A esse ponto eu não sei mais o que é meu cérebro e o que é uma lasanha estragada. Por segurança, joguei os dois fora, porque lasanha estragada até que dá pra comer, no pior dos casos você pega uma diarreia, ou infecção intestinal, nada grave.
Mas, meu cérebro é algo que realmente não é bom chegar nem perto agora.
É pior que arma.
Pior que raio.
Pior que cama elástica que se quebra.
Pior que a vida.
Pior que 3 fins de semana perdidos.
Aquele momento em que o fim parece ser um ponto de som e luz e todo o resto parece ser uma esfera negra, silenciosa e dominante,
Não há som nem luz, exceto pelos emitidos pelo fim, aquele ponto de som e luz.
Codificado com alta taxa de compressão e diversos dispositivos altamente eficientes para correção de erros durante a transmissão.
Muitas coisas deram terrivelmente errado nesses últimos 5 anos.
Quero dizer, o processo normalmente já deve ser difícil com as coisas dando certo.
Mas, com elas dando tão errado, eu nem sei como foi possível chegar até aqui.
E não, não tinha necessidade de dar tão errado.
Ok, eu não vou ficar reclamando.
Mas, a motivação se foi.
Muita coisa se foi, e foram tantas reconstruções a partir de ruínas.
É pegar uma casa, destruir, construir de novo usando apenas o material que foi demolido.
E repetir o processo, repetir de novo, repetir de novo.
A casa está lá, mas está construída de pó compactado, madeira colada com fita adesiva, restos.
A maçã podre.
Não podemos exigir muito de mim.
E não tem ninguém que vai me dizer pra eu segurar firme, que tudo vai dar certo.
E eu já me acostumei com isso, não faz mal nenhum.
Não, não vai ficar bom, mas vai ter que sair.
Alguma coisa vai ter que sair.
Por mais que a mediocridade atinja o infinito.
Não é significante, pois, tudo, na verdade, está além daquele ponto.
O ponto de som e luz.
A maçã podre.
O fim.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Sobrenaturalidade
O meu ceticismo sobre as coisas sobrenaturais não é capaz de me proteger delas.
Hoje mais cedo, conversava com meus colegas de trabalho sobre um desenho animado muito bom e que eu me identificava muito com o protagonista que tinha uma paixão tão intensa com uma certa princesa Bubblegum que não dava bola para ele.
Um deles me perguntou "quem era a minha princesa Bubblegum" e, assim, a imagem vívida da Fênix revisitou e aqueceu minha mente após tanto tempo.
Eu apenas disse que não era ninguém e ficou por isso mesmo.
Mais tarde, andando pelos jardins da faculdade, eis que a vejo, majestosa ave a pairar por entre as árvores, tão bela. Olho para o outro lado e aperto o passo. Já estou atrasado, tomara que ela não tenha me visto. Tudo está indo tão "bem", não é hora de perder a cabeça.
Após a primeira aula, quase no fim do intervalo, eu me reunia com colegas para discutir o trabalho que apresentaríamos na próxima aula quando, de repente aparece na porta a criatura de blusa de frio (como sempre), óculos, longos cabelos levemente avermelhados, sorrindo, acenando para mim. Quase como se dissesse "Ei! Eu queria conversar um pouco com você, mas parece que você está meio ocupado agora, talvez seja melhor depois". Eu sorrio e aceno de volta e ela vai embora.
É claro que ela não queria dizer nada. Estava procurando alguma outra pessoa e não encontrou, só isso.
Todo o resto é apenas a criação de uma mente inaceitavelmente perturbada e irrecuperavelmente danificada.
Isso se é que ela de fato apareceu naquela porta, ou naquele jardim. Talvez ela nem sequer exista.
Não sei se isso seria pior ou melhor.
Talvez seja apenas mais uma das tantas sobrenaturalidades, que eu renego tão indiferentemente e que me perseguem tão insistentemente.
Hoje mais cedo, conversava com meus colegas de trabalho sobre um desenho animado muito bom e que eu me identificava muito com o protagonista que tinha uma paixão tão intensa com uma certa princesa Bubblegum que não dava bola para ele.
Um deles me perguntou "quem era a minha princesa Bubblegum" e, assim, a imagem vívida da Fênix revisitou e aqueceu minha mente após tanto tempo.
Eu apenas disse que não era ninguém e ficou por isso mesmo.
Mais tarde, andando pelos jardins da faculdade, eis que a vejo, majestosa ave a pairar por entre as árvores, tão bela. Olho para o outro lado e aperto o passo. Já estou atrasado, tomara que ela não tenha me visto. Tudo está indo tão "bem", não é hora de perder a cabeça.
Após a primeira aula, quase no fim do intervalo, eu me reunia com colegas para discutir o trabalho que apresentaríamos na próxima aula quando, de repente aparece na porta a criatura de blusa de frio (como sempre), óculos, longos cabelos levemente avermelhados, sorrindo, acenando para mim. Quase como se dissesse "Ei! Eu queria conversar um pouco com você, mas parece que você está meio ocupado agora, talvez seja melhor depois". Eu sorrio e aceno de volta e ela vai embora.
É claro que ela não queria dizer nada. Estava procurando alguma outra pessoa e não encontrou, só isso.
Todo o resto é apenas a criação de uma mente inaceitavelmente perturbada e irrecuperavelmente danificada.
Isso se é que ela de fato apareceu naquela porta, ou naquele jardim. Talvez ela nem sequer exista.
Não sei se isso seria pior ou melhor.
Talvez seja apenas mais uma das tantas sobrenaturalidades, que eu renego tão indiferentemente e que me perseguem tão insistentemente.
domingo, 9 de abril de 2017
2 meses e meio!
A pressão aumentando.
E a decisão pesando.
A vida chamando.
O andarilho congelado move os olhos rapidamente.
Inconsciente.
Trincando o gelo de suas pálpebras.
A contagem regressiva vai regressando.
O Pâncreas vai defecando.
Auto defecando.
As fezes caem em si.
As fezes voam e formam o show espetacular no céu.
Onde não existe aurora.
Onde não existe a luz.
Onde não existem os olhos.
Onde não existe o toque.
Onde não existe pensamento.
Onde não existe sentimento.
Onde não existe o calor.
Onde não existe a humanidade.
O show é bizarro, sinistro.
O show é de fezes.
O show é espetacular no céu.
É o show de fezes a voar, flutuar e bailar.
E tudo vai se espremendo.
As paredes vão se aproximando cada vez mais.
Retorcidas.
Distorcidas.
Errôneas.
Agressivas.
O gelo cortante e agressivo.
Dominante.
Esmagador!
2 meses e meio!
Ei!
Ei!! acorda!!
Falta só mais 2 meses e meio!
Aguente firme!
Fique aqui comigo!
Não, não vá embora!
Ei andarilho! Quantos dedos tem aqui?
Das nuvens vejo o solo ao meu encontro.
Sei que estou fazendo tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Mas, tudo bem, não pegue tão pesado consigo mesmo.
Aguente firme!
2 meses e meio!
E a decisão pesando.
A vida chamando.
O andarilho congelado move os olhos rapidamente.
Inconsciente.
Trincando o gelo de suas pálpebras.
A contagem regressiva vai regressando.
O Pâncreas vai defecando.
Auto defecando.
As fezes caem em si.
As fezes voam e formam o show espetacular no céu.
Onde não existe aurora.
Onde não existe a luz.
Onde não existem os olhos.
Onde não existe o toque.
Onde não existe pensamento.
Onde não existe sentimento.
Onde não existe o calor.
Onde não existe a humanidade.
O show é bizarro, sinistro.
O show é de fezes.
O show é espetacular no céu.
É o show de fezes a voar, flutuar e bailar.
E tudo vai se espremendo.
As paredes vão se aproximando cada vez mais.
Retorcidas.
Distorcidas.
Errôneas.
Agressivas.
O gelo cortante e agressivo.
Dominante.
Esmagador!
2 meses e meio!
Ei!
Ei!! acorda!!
Falta só mais 2 meses e meio!
Aguente firme!
Fique aqui comigo!
Não, não vá embora!
Ei andarilho! Quantos dedos tem aqui?
Das nuvens vejo o solo ao meu encontro.
Sei que estou fazendo tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Tudo errado.
Mas, tudo bem, não pegue tão pesado consigo mesmo.
Aguente firme!
2 meses e meio!
terça-feira, 4 de abril de 2017
Harmonia fecal em câmera lenta
Algumas coisas, quando vão chegando perto do fim, vão se alongando.
É como se, a proximidade do momento final fosse distorcendo o tecido do tempo, expandindo-o.
Até que chega o momento em que tudo anda em câmera lenta.
A beleza das fezes flutuando no ar.
Bailando no ar.
As fezes no ar.
E aquele momento que se alonga e se alonga.
A pilha do relógio ficou fraca, e ele parou.
É como se, a proximidade do momento final fosse distorcendo o tecido do tempo, expandindo-o.
Até que chega o momento em que tudo anda em câmera lenta.
A beleza das fezes flutuando no ar.
Bailando no ar.
As fezes no ar.
E aquele momento que se alonga e se alonga.
A pilha do relógio ficou fraca, e ele parou.
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