quinta-feira, 1 de junho de 2017

Falta

Eis que, de tempos em tempos, sua imagem preenche minha mente.
E os ratos que tenho dentro de mim, roem minhas vísceras, evidenciando o meu vazio, vácuo interior que me compõe como apenas uma fina casca seca e sem vida.
Como você faz falta.
Passo na frente da sala e lá está você, linda.
Distraída, conversando com pessoas de verdade.
O quão desesperadamente eu queria pelo menos te abraçar e te dizer um "oi".
Não ouso entrar, nem te chamar.
Talvez porque não exista nada em meu interior, e este nada é incapaz de fazer este tipo de coisa, explicando corretamente o porquê de eu ser tão só.
Mas, ainda, é um nada que é capaz de sentir a sua falta.
E como você faz falta.
Imerso em lembranças e pensamentos a seu respeito, suavemente abandono minha consciência.
Me permito sonhar um pouco antes de ir dormir.
Enquanto meus terríveis sistemas de proteção de integridade mental vão corroendo e destruindo minha mente até abafar tal vontade tão inconcebível.
Espero poder te ver antes que nossa convivência acabe definitivamente.
Tomara que eu possa ao menos te dizer adeus.

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