domingo, 10 de dezembro de 2017

Quarto

Bem, chegando próximo a um quarto do caminho (simbolicamente, não que ele tenha que durar mais três do que já durou..) talvez possamos dizer que somos quase exatamente o que sempre quisemos ser.
E foi necessário chegar até aqui para perceber que não é nada disso que queremos ser.
Um quarto do caminho então foi em vão? não.
Mas, também não terá sido em vão se, suavemente, largarmos tudo e mudar tudo radicalmente no próximo quarto.
Eu gosto muito de estar onde cheguei.
Mas não sei se sou capaz de permanecer aqui.
Meu corpo e minha mente gritam desesperados pelo tempo que eu não posso ter.
Me negam qualquer mínima força ou motivação como forma de forçar a desistir de tudo e buscar este tempo.
Na verdade, eu nunca pude ter tempo, mas, pensei que poderia ter depois que a última grande formação terminasse.
E não tenho.
Ou será que estou me equivocando totalmente e o problema é outro?
Talvez eu esteja me comparando com alguma base que não deveria.
Talvez eu esteja procurando um caminho mais fácil, e quando eu chegar a este caminho, vou procurar um ainda mais fácil, seguindo um ciclo vicioso, até que acabe chegando de forma rápida e eficiente em um destino que seja a ruína total.
Talvez as doenças estejam tapando a minha visão e corrompendo meus sentidos, me fazendo vacilar em minha caminhada, ameaçando me fazer cair do meu posto conquistado com tanta luta.
Ou talvez esta luta realmente tenha sido muito longa, talvez eu tenha me perdido no caminho sem perceber, talvez ela tenha custado todas as minhas energias. Será que eu cheguei tão longe para morrer aqui?
Ou será que o segundo quarto pode ser todo um novo mundo a ser explorado, e eu não tenha obrigação nenhuma de me prender à vida que eu construí no primeiro quarto?
Enfim, esta é uma história ainda em processo de escrita. Não há uma conclusão certa.
Assim como não há uma conclusão certa neste post, que aliás, talvez não tenha conclusão nenhuma.

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