terça-feira, 11 de setembro de 2018

Dança dimensional

Um cometa Lucy passa próximo do planeta deserto.
Um cometa Lucy já se colidiu com o planeta deserto num passado remoto, quando o planeta deserto ainda estava no processo de congelamento que o transformou numa bola de gelo errante.
E agora, o cometa passa a apenas alguns km da bola de gelo, aquecendo-a.

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Enquanto isso, em uma diferente dimensão do universo:
O planeta Fênix, formando um sistema binário na órbita de um outro planeta desconhecido, passa pela posição espacial do planeta deserto.
A posição espacial é a mesma, mas, em outra dimensão.
Uma dimensão é totalmente alheia à outra.
São perpendiculares entre si, e podem até se sobrepor, sem que nenhuma das duas perceba qualquer coisa.
Apenas a força destruidora maior tem o conhecimento do todo, e se delicia com a dança dimensional.

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Em sua própria dimensão, em sua pequena e desprezível bolha que contém todo o seu infinito, o planeta deserto já era uma bola de gelo admiravelmente formada e desprovida de qualquer sinal de vida. Na verdade, desprovida de qualquer sinal de qualquer coisa. Seus átomos já estavam o mais próximo que era possível do zero absoluto. (Mas, exponencialmente, é sempre possível se aproximar mais do zero...).
O planeta deserto sente a perturbação gravitacional do cometa Lucy, e algo começa a se mover em suas entranhas mortas e compactadas.
E o narrador observador se choca abruptamente com a borda da subdimensão de tempo presente na bolha do planeta deserto.
Não há como continuar contando a história por enquanto, pois o restante ainda está no futuro.

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