sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A minha idiotice é maior do que a capacidade máxima que a cidade pode suportar.

Eis que mais um ano acaba e outro começa.
O fim do ano passado foi um pouco conturbado em alguns sentidos.

Tentei fazer uma pequena viagem de bicicleta, que deu razoavelmente certo. Pude viajar sozinho carregando quase tudo o que eu precisei por quatro dias, ficar acampado, nadar em uma cachoeira, visitar um parque nacional. Porém, choveu o tempo todo e isso foi péssimo em dois sentidos: As noites foram ruins porque entrava água na barraca e a minha câmera foi danificada pela água.
Isso mesmo, eu consegui ser estúpido o suficiente para estragar a minha tão amada e recém adquirida câmera, que eu mal comecei a pagar e custou tão caro para mim. Eu consegui consertar ela mais ou menos, mas ela não está 100% e nunca voltará a ser como antes.

Antes dessa viagem, eu fiz duas outras pequenas viagens, nas duas, eu havia chamado alguém que eu considerava um grande amigo (nos referiremos a ele aqui por 9tjgdq) e, nas duas vezes 9tjgdq simplesmente não foi. Ele não disse "Ei, não vou poder ir" ou qualquer outra coisa.. ele só não foi e me deixou esperando sem saber bem o que fazer. Na primeira viagem, eu fui sozinho, na segunda viagem, incrivelmente consegui animar mais dois amigos (além de 9tjgdq, que confirmara que iria, mas não foi) a ir também (e creio que eles não vão querer viajar comigo de novo..). Ainda que eu saiba que 9tjgdq passe por alguns momentos difíceis eventualmente e que eu não tenha dito muita coisa sobre isso (até mesmo para preservá-lo de se sentir mal por isso), eu fui razoavelmente devastado por essas ocasiões.

No ano passado, um dos meus objetivos era recuperar a minha saúde mental. Em partes, eu acreditava que isto estava relacionado com uma vida social algumas ordens de grandeza superiores à que eu vivia. Talvez por isso, eu tenha feito um grande esforço para me manter presente em várias ocasiões em que 9tjgdq me chamava para fazer alguma coisa. Era uma boa chance de fazer novos amigos também e fortalecer as novas amizades. Mas, em algum momento, isto me pareceu como uma coisa que fluía em mão única. Estou começando a pensar no novo ano como uma oportunidade de me voltar um pouco para dentro.

Talvez eu esteja pensando assim só porque estou profundamente "para baixo" esses dias (principalmente pela minha câmera), mas, me parece que pode ser uma boa eu reduzir um pouco minhas atividades esse ano. Me focar um pouco mais em andar de bicicleta, tirar fotografias (se minha câmera de todo se mostrar inutilizável, eu compro uma nova...), e ao trabalho (porém, muito restritamente ao mínimo de tempo que for necessário, para que não tenhamos outro 2018!).

Em outro ponto, também não tivemos nenhum contato do tipo "humano goiabas" no ano inteiro. Creio que isso deva continuar assim pelo ano novo. O contato do tipo "humano goiabas" é muito bom, mas exige uma energia que aparentemente não temos mais. Temos que aceitar que, a partir de algum momento na vida, a gente passa a perder coisas. Não importa que tenhamos ganhado essas coisas tão mais tardiamente que o "normal" (sei que eu não deveria falar nesses termos, na verdade, muito do que estou escrevendo hoje está psicologicamente errado.. mas, trata-se de um desabafo. Creio que eu vá referenciar este post em um outro post no futuro com definições mais concretas sobre o novo ano).

Enfim, algumas outras coisas também estão me deixando meio pesado ultimamente, mas, como o de costume, o tempo com a sua vassoura irredutível nos aplica a injeção anestésica, nos compele a deixar textor incompletos (apesar de imensos), sonhos incompletos, perdidos para sempre.
O tempo como o último pregador do desapego.
Agora estou indo dormir precocemente, porque minhas energias não são mais suficientes para continuar escrevendo pela madrugada, como já foram há tempos atrás.

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