quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O Parabéns

Introdução:
O protocolo do disfarce humano, a que o robô andarilho do deserto está submetido, propõe que ele dê os parabéns quando uma pessoa humana próxima a ele faz aniversário.
Acontece que, o andarilho não é realmente próximo a ninguém. Sua mente vive no deserto. Não existe ninguém lá, além do robô.
Ainda assim, ele precisa passar diariamente pelo mundo dos humanos.
Ele é parte da sociedade humana, mesmo que apenas superficialmente.

A Fênix:
Uma criatura mágica com a incrível capacidade para vencer longos desafios, e que pode ressurgir das próprias cinzas, caso algo dê errado.
Carrega em seu pescoço um colar com pingente em forma de coração. Um órgão que o robô nem sequer se lembra se já teve algum dia e, convenientemente, substituiu pelo pâncreas. Um símbolo de tudo que o andarilho não pode ter e não pode tocar.
Mesmo que a habilidade de curar qualquer mal com suas lágrimas não fosse capaz de conquistar a amizade de alguém mais insensível, a simpatia da fênix seria suficiente para tal conquista. Desta forma, a Fênix, ao contrário do robô, jamais está sozinha.

Um robô na multidão humana:
O andarilho se sente extremamente incomodado de ser um no meio de uma multidão a parabenizar a Fênix pelo seu dia. Seria isto uma necessidade de "se sentir especial", como dizem alguns traidores?
Talvez. Mas pode ser também uma sensação de incapacidade, ridicularização, de auto discriminação por ser um robô, e não um humano igual aos demais que estarão ali. Se a Fênix convidasse a todos os amigos para uma gigantesca celebração, o robô iria comparecer? É claro que não.

Conclusão:
Este é um tema tão ridículo, minúsculo, inexistente no universo, que nem mesmo no meu blog eu consigo fazer com que pareça ser algo significativo. E a minha incapacidade intelectual é tão pronunciada que eu não consigo escrever mais nenhuma palavra sobre o assunto.

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