domingo, 31 de maio de 2015

Pedra imaginária

O andarilho conseguiu construir mais uma nave para tentar escapar do deserto.
Conversava com uma pedra imaginária que estava próxima para tentar ganhar confiança.
 - Então você vai tentar sair deste planeta usando uma nave que você construiu apenas com coisas que achou no deserto?
 - Sim, e eu não faço ideia de como pilotar esta coisa.
 - Mas não foi você mesmo que construiu?
 - Foi! Mas não tinha tinta, nem papel, por isto não pude fazer um manual de instruções!
 - Oh!
Visivelmente nervoso, e com as mãos tremendo ele consegue dar a partida na máquina que começa a levantar vôo.
 - Você já tentou sair do deserto antes?
 - Sim. Umas duas vezes. Da primeira vez, a nave explodiu antes de chegar nas nuvens. Na outra vez, eu já estava no espaço sideral quando a nava simplesmente se desintegrou. Eu ainda vaguei pelo espaço completando umas 4 órbitas antes de cair de volta ao planeta deserto. Foi extremamente doloroso.
 - Bem, boa sorte. Tomara que dessa vez dê certo!
 - Isso mesmo! Vamos lutar até o fim!
 E partiu com a nave em direção ao céu.
Vamos descobrir apenas daqui a dois dias o destino do andarilho.

Tudo errado!

Doutor, hoje eu estou me sentindo péssimo.
Eu estava preparado para o ataque,
mas o alvo não apareceu.

Era para ter sido hoje, Doutor.
É incrível o quanto as coisas lutam contra nós.
Por que nada pode dar certo quando tentamos um ataque desses?
E tudo isso para ouvir uma resposta que já sabemos qual será.
Apenas estamos nessa para livrar nossa consciência.
O alvo esteve lá, naquele horário todos os dias!
No dia do nosso ataque, o alvo não estava lá!

Mas terça feira, teremos uma nova chance, Doutor.

Estou com muito sono para continuar escrevendo.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A reta final 2

Dessa vez, vai ser amanhã.
Mas, vai ser igual a anterior.

Confesso que estou bastante desmotivado a seguir o caminho.
Mas eu não vou pensar nisso.
Vou criar esperanças do nada.
Não importa se tudo conspira contra.
Aliás, tem até bastante coisa conspirando a favor, e eu não estou aproveitando corretamente.
Mas, não importa se quase inexiste chance de sucesso.
Eu vou criar esperanças do nada.
E vou completar o processo, até o fim!

Não existe "talvez".
Não existe "tentar".
Não existe "não sei".
Não existe meio termo.
Não existe enrolação.

Amanhã será sim ou não.

E aí Guilherme do futuro?   o que deu dessa vez??

Só quero que meu pâncreas seja forte..

O golpe de misericórdia II

 - Ei, ei você! Pode me tirar uma dúvida, por favor?
 - Sim?
 - Esta coisa de ser ignorado e humilhado, começar a duvidar das razões que te levaram a chegar até aqui e começar a querer abandonar tudo, é normal mesmo?
 - Sim, senhor. É perfeitamente normal e faz parte da viagem até o golpe de misericórdia.
 - Ótimo, obrigado!
 - Se o senhor quiser, pode desistir agora.
 - Não, obrigado. Agora eu vou até o fim. Por mais inacreditavelmente estúpido que possa parecer.
 - Tudo bem, senhor. Tenha uma boa viagem!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O golpe de misericórdia

O golpe de misericórdia traz o fim como uma bênção.
É o que nós estamos buscando, Doutor.
Não sabemos o que é mais solitário:
O abandono que sofremos durante o caminho,
ou o abandono que sofreremos quando o golpe finalmente for dado.
Apenas queremos chegar lá.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vou

Vou.
Eu vou montar um avião.
Para poder voar voar.
Então depois cair no chão.

Vou.
Pedir alguém pra namorar.
O meu amor vou declarar.
Só pra poder ouvir um não.

Quero,
todo o fracasso que puder ter.
Toda a dor que tiver pra doer.
Todo penar que eu puder sofrer.

Vou.
Viver a vida perigosamente.
Mudar a constituição da mente.
É isso que eu vou fazer.

Pisando em ovos

Estou pisando em ovos, Doutor.
Estou subindo em uma escada feita de ovos.
E a altura é bastante elevada.
Sinto um aperto muito forte, Doutor.
Não posso deixar isso se estender por muito tempo.
"Live dangerously"

Me traz uma ilusão, por favor? Obrigado!

Ainda vou escrever o Post.
Vou publicar só pro caso de eu esquecer de escrever.
Neste caso, haverá pelo menos haverá este projeto de post para registrar o ocorrido.

sábado, 23 de maio de 2015

Questões sexuais

Conversando com uma menina imaginária:

Eu sou hétero.
Mas não precisa ter medo.
Eu tenho "limitações" mentais (para não dizer doenças) que fazem com que a probabilidade de eu tentar ficar com você sejam ainda menores do que se eu fosse gay.

Doutor, por que eu escrevo esse tipo de coisa?
Deve ser a febre.
Pois é, hoje eu estou gripado e com um pouco de febre.
Nem fui na aula, Doutor.
Provavelmente eu vou apagar este post, ele é estúpido.
Ou, talvez eu apague eu mesmo, porque eu sou estúpido.
Ou talvez eu apague você, leitor, porque você é estúpido.
Mas eu mesmo sou o leitor.
Droga, como vou apagar a mim mesmo duas vezes?
Eu saberia, se não fosse tão estúpido.

Oi, Doutor.


sexta-feira, 22 de maio de 2015

"Everything is terrible!"

O dinossauro passou correndo e gritando "Everything is terrible!".
O meteoro então vem.
Agora tudo está bem.

O andarilho caminha sozinho, como sempre.
Ele tem um sonho, mas sabe que jamais vai realizar.
O humano vem.
As gotas de sangue que esguicham do sonho batem no andarilho com violência.
Agora tudo está "bem".

O andarilho chega a falar com o humano ceifador dos sonhos.
"Talvez algum dia eu consiga ser como você."
Todos riram. Ninguém fala nada, mas eles sabem.
"Jamais será."

As plantas inexistentes olham para ele imaginando coisas horríveis.
"Não deveria ser possível alguém ser tão feio por dentro".
Elas sentem pena por instantes muito curtos de tempo,
pois logo aparece o humano, e todas as atenções se voltam para ele.

As pedras do deserto se cansaram de mim.
Só olham pro outro lado quando eu passo.

Os meus amigos disseram que eu fiz tudo certo.
Que eu realmente não deveria ter falado com ela.
Que tudo vai melhorar.
Os meus amigos estão aqui comigo agora, me ajudando a escrever este post.

Sim, tudo deu certo!
O universo parou de conspirar contra!
Agora posso viver meu sonho!
Posso esquecer tudo que deu errado!
Agora posso viver uma vida comum!
Meus amigos me disseram isso.
Eles estão todos aqui comigo.

Neste momento, um dinossauro pisou na cabeça dele e o matou.
O dinossauro passou correndo e gritando "Everything is terrible!".
O meteoro então vem.
Agora tudo está bem.

sábado, 16 de maio de 2015

Sem cores

Sem mais cores, Doutor.
Muito menos "multicores".
Quero a menina "multicores" o mais longe possível.



Paint it black - Rolling Stones.
https://www.youtube.com/watch?v=n1zBG2TEjn4

sexta-feira, 15 de maio de 2015

O fim?

Nós havíamos decidido eliminar permanentemente a Fênix, Doutor.
Porém, o Raphael disse que não poderíamos desistir assim.
Nos convenceu a fazer uma tentativa final.
Como não sabíamos ao certo o que fazer, deixamos a Fênix decidir, sem saber, o futuro.
A chance estava nas mãos dela.
Se ela aceitasse um convite, eu daria prosseguimento ao plano e a atacaria. Se não, era o fim de tudo.
O prazo máximo era este fim de semana.

E então, chegou o fim, Doutor.
O fim de mais um capítulo.
A Fênix, mesmo sem saber, decidiu por um futuro onde nós não interagimos mais.
Então, esta estória (com 'e' mesmo, pois só existia na minha cabeça!) chega ao fim, de forma irrevogável, irreversível, permanente, eterna e infinita.

Foi divertido enquanto durou, e dessa vez, não saímos tão destruídos quanto na última vez.

A ruptura radical com a vida envolve essa coisa de eliminar completamente o passado para que o futuro possa assumir.
Mas, em compensação, todo fim traz junto um recomeço.
Novas oportunidades surgirão, Doutor.
O guilherme do presente pode ter desistido de viver, e recebido o golpe final hoje, mas o Guilherme do futuro já está se desenvolvendo e logo estará explorando o planeta e, quem sabe, o universo.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Bons amigos

Isso não é amizade, Doutor!
Isso é insanidade!
Isso é suicídio!
Eu estou me matando sem perceber!
E não! Eu não quero morrer assim!
Eu quero lutar e viver!
Eu quero a ruptura radical com a vida!

Se eu já sei como essa estória termina, não sei porque deixei evoluir por tanto tempo até este ponto!
Mas isso acaba aqui!
É sério, Doutor!
Isso faz parte da ruptura radical com a vida!
Eu não posso ficar me sub julgando assim!
Eu mereço mais do que isso, e eu vou buscar!

Está tudo bem

Oi Doutor.
Li um texto "6 verdades chocantes que irão fazer de você uma pessoa melhor" de David Wong.
Achei o texto bem legal, numa parte ele fala sobre como a mente inventa dificuldades no meio do caminho para evitar a mudança.
Um trecho me fez rir um pouco, quando ele diz coisas que podemos pensar para manter a zona de conforto:
“As coisas não são tão ruins! Eu sei que tentei me suicidar mês passado, mas estou me sentindo melhor agora! É totalmente possível que se eu continuar fazendo exatamente o que estou fazendo, eventualmente as coisas irão dar certo! Eu terei minha grande chance, e se continuar fazendo favores para aquela garota linda, eventualmente ela dará mole pra mim!”

Bem, eu estou tentando, Doutor.
Você sabe, né, a ruptura radical com a vida e aquela coisa toda.
Quanto à garota linda, pode ler meus posts de 2013, vai acontecer igualzinho esse ano.
Eu estou muito ferrado, Doutor. Ferrado mesmo.
Eu não gostaria de estar na minha pele agora.
Se eu fosse eu, provavelmente eu fugiria da cidade para nunca mais voltar, com outro nome, pronto para recomeçar tudo do zero.

Por favor, Doutor, não deixe eu cometer o mesmo erro de novo!
Me ajude a pensar numa saída, Doutor.
Não quero que tudo acabe daquele jeito, mas também não quero ficar preso nesse loop pra sempre.
Por favor, Doutor! Me ajuda!

As pessoas sentem a minha presença do mau.
Não adianta eu me esconder.
Não adianta tentar disfarçar.
Eles sabem.
Todos eles sabem de tudo.

Preciso ir dormir, Doutor.
Eu estou passando mal, muito mal.
Não está nada, NADA bem.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O descanso

Estou exausto, Doutor.
É como se agora fosse uma noite de sexta feira, quando na verdade é uma noite de domingo, e tudo recomeça amanhã.
De certa forma, eu gosto das coisas assim. Na correria.
Mas de outra também certa forma, eu estou simplesmente exausto mesmo.

domingo, 10 de maio de 2015

Os Forever Alones

Não adianta ler o mesmo livro de novo, de novo e de novo esperando um final feliz que nunca chegará.

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Psicólogo não é necessário quando se tem amigos Forever Alones, Doutor.
Eles nos entendem bem, pois passam por situações bem semelhantes às nossas.

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Hoje foi um dia difícil, Doutor.
Mas foi bom reencontrar o Forever Alone, desabafar algumas coisas, escutar outras.
Só que agora eu estou ferrado com um bocado de trabalhos pra fazer...

sexta-feira, 8 de maio de 2015

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Doutor, esses dias estão muito lotados.
Não estou tendo tempo pra nada, nem pra te escrever.
E eu precisava conversar sobre algumas coisas com você, Doutor.

Como sempre, eu ando enviando aqueles e-mails gigantescos para meus colegas de grupos de trabalhos da faculdade. Mas, assim como esse blog, ninguém nunca lê e nem se manifesta a respeito.
No caso do blog, eu gosto que seja assim. Mas no caso dos trabalhos, bem que eu queria que o pessoal fosse mais ativo. Isso realmente me afunda bastante no deserto.

O vírus também está ganhando força, Doutor.
A Fênix mexe comigo as vezes, toca em mim, fala certas coisas e isso e acaba me dando umas esperanças que eu sei que são ilusórias.
Não sei por que ela faz isso.
Não sei se consigo manter as coisas assim permanentemente.
Mas vou levando.
Vamos ver no que dá.

Aquele amigo da minha prima deve estar bem triste agora.
Tenho certeza que ele gostava dela, e agora ela está namorando.
Ele é um cara legal. Parece inteligente, toca guitarra.
Mas, aparentemente, não é o suficiente pra ela.
Talvez seja melhor assim.
Pelo menos ele deve estar livre do vírus dela.
Se a Fênix encontrasse alguém, acho que eu ficaria bem.
O vírus dela seria retirado de mim.
Esse vírus só nos faz ficar gastando pensamento em coisas que nunca levam a lugar nenhum.
Mas, se esse alguém fosse eu, eu ficaria melhor ainda, né, Doutor!
Haha... isso é muito absurdo.
Jamais vai acontecer.
E algo me diz que, no futuro, eu estarei lendo este post e pensando "Eu já sabia como ia terminar, mas tentei assim mesmo. Cometi o mesmo erro mais uma vez".

Difícil.
Ainda bem que você me escuta, Doutor.
Ainda bem que posso conversar com você.
Se não, eu estaria realmente, absurdamente, solitário agora.

Mas, no geral está tudo indo mais ou menos bem, Doutor.
Talvez, o Guilherme do futuro aproveite bem a oportunidade que estamos dando a ele.

sábado, 2 de maio de 2015

Escritor vírus Doutor

Oi Doutor!
Tudo bem com você?
Aqui está indo tudo razoavelmente bem.
Por isto mesmo faz um bom tempo que não visito este lugar.
Geralmente eu só venho aqui para reclamar.
Sou o escritor mais ingrato do mundo.
Eu ainda estou infectado pelo vírus.
Tem horas que ele fica mais forte, domina mais área no meu cérebro, mas tem horas que eu consigo ficar bem livre.
É um vírus muito poderoso, Doutor.
Eu simplesmente perco o controle das minhas ações para tentar servir ao vírus.
Mas vamos ver para onde o planeta vai nos levar.
Vamos torcer pela ruptura radical com a vida dar certo.