E, assim que eu cheguei na casa de um amigo, a sobrinha dele de três anos de idade olhou pra mãe, apontou para mim e disse "Eu não gosto dele".
Na hora, todos riram e meu amigo disse "Gosta sim, ele é o Guilherme, nosso amigo!".
É interessante nos depararmos com uma sinceridade plena como a daquela garota, Doutor.
Ela sentiu o que todas as pessoas ao meu redor sentem, mas ela disse isso em voz alta para todos ouvirem, inclusive eu.
Ela sentiu a minha aura maligna, a minha negatividade, a substância sutil que me cerca e que faz com que eu seja este cara sem graça, tímido, solitário...
E ela, ao contrário de todas as outras pessoas, não viu necessidade de ocultar isto, não sentiu medo ou vergonha de dizer.
Bem, Doutor, eu sinto muito por fazer um post tão auto depreciativo assim. Sei que eu estava evitando este tipo de coisa, mas, como pode ver, eu não estou me sentindo muito bem estes dias.
É claro que eu me entristeço um pouco com o abandono da Fênix. Por alguns momentos, acho que eu tive uma real ponta de esperança.
Mas, já acabou agora.
Vou tentar me animar um pouco, Doutor.
Depois tento voltar a escrever posts mais positivos.
Até mais, Doutor. Obrigado por me ouvir.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
A prisão
O andarilho abre os olhos e vê o céu azul.
Acordando daquele belo sonho.
O sol queima sua cara.
Está deitado no chão de barriga para cima.
O infinito chão do deserto.
Não existe mais a Fênix.
O sonho acabou.
Mas o andarilho finalmente se sente livre outra vez.
Em sua prisão que é o deserto.
Acordando daquele belo sonho.
O sol queima sua cara.
Está deitado no chão de barriga para cima.
O infinito chão do deserto.
Não existe mais a Fênix.
O sonho acabou.
Mas o andarilho finalmente se sente livre outra vez.
Em sua prisão que é o deserto.
sábado, 27 de junho de 2015
O de sempre
Oi, Doutor!
Tudo bem com você?
Comigo tá tudo "bem"!
Não exatamente do jeito que eu gostaria.
Enfim, eu que estava com a consciência pesada por estar atacando dois alvos ao mesmo tempo, não acertei nenhum dos dois.
"O de sempre".
Mas larguei tudo pra lá.
Dei meia volta e fui fazer outra coisa.
Pelo menos por enquanto.
Depois vejo o que vou fazer sobre isso, se não der preguiça.
Ou eu simplesmente mando tudo pra aquele lugar...
Vamos ver, Doutor. Vamos ver o que vai dar.
Tudo bem com você?
Comigo tá tudo "bem"!
Não exatamente do jeito que eu gostaria.
Enfim, eu que estava com a consciência pesada por estar atacando dois alvos ao mesmo tempo, não acertei nenhum dos dois.
"O de sempre".
Mas larguei tudo pra lá.
Dei meia volta e fui fazer outra coisa.
Pelo menos por enquanto.
Depois vejo o que vou fazer sobre isso, se não der preguiça.
Ou eu simplesmente mando tudo pra aquele lugar...
Vamos ver, Doutor. Vamos ver o que vai dar.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
O fim
Não é justo comigo, me deixar sem resposta por tanto tempo.
É como se eu fosse apenas um robô.
Mas o que eu sou?
- Aqui diz "Um robô caminhando por um gigantesco e solitário deserto."
Não estou certo.
Mas, talvez, eu seja mesmo um humano.
Talvez eu tenha o meu valor.
E é cruel que eu seja menosprezado assim.
Será que é justo?
Será que é a pena do crime?
O crime de expressar de forma direta, clara e objetiva os verdadeiros sentimentos internos?
"Sentimentos de natureza quase humana"!
Juro pela minha percepção de todas as estrelas do céu, inclusive o sol, que este será o meu último recurso com a Fênix.
Dessa vez é sério. Não haverá segundas chances.
Será realmente o fim.
É como se eu fosse apenas um robô.
Mas o que eu sou?
- Aqui diz "Um robô caminhando por um gigantesco e solitário deserto."
Não estou certo.
Mas, talvez, eu seja mesmo um humano.
Talvez eu tenha o meu valor.
E é cruel que eu seja menosprezado assim.
Será que é justo?
Será que é a pena do crime?
O crime de expressar de forma direta, clara e objetiva os verdadeiros sentimentos internos?
"Sentimentos de natureza quase humana"!
Juro pela minha percepção de todas as estrelas do céu, inclusive o sol, que este será o meu último recurso com a Fênix.
Dessa vez é sério. Não haverá segundas chances.
Será realmente o fim.
Ansiosiesistidade
Doutor...
Já faz três dias!
E se ela nunca responder?
O que será de nós?
Doutor... Eu não quero ficar louco, Doutor!
Por que ela está fazendo isto?
Doutor, Eu estou obcecado. Insano.
Estou perdendo minha lucidez.
Tenho medo de abrir os olhos a qualquer momento e me ver preso em uma camisa de força dentro de uma sala acolchoada.
É como se cada segundo contivesse toda a história do universo.
Fênix, eu te imploro, por favor...
Te imploro com tudo o que tenho em mim...
O que fazer, Doutor? O que fazer?
E se ela nunca responder?
Nunca responder!
Nunca!
Jamais em toda a eternidade...
Fênix, se você estiver lendo isto, eu...
Se você estiver lendo isto...
Eu tenho uma coisa pra te falar.
Fênix...
Eu...
Já faz três dias!
E se ela nunca responder?
O que será de nós?
Doutor... Eu não quero ficar louco, Doutor!
Por que ela está fazendo isto?
Doutor, Eu estou obcecado. Insano.
Estou perdendo minha lucidez.
Tenho medo de abrir os olhos a qualquer momento e me ver preso em uma camisa de força dentro de uma sala acolchoada.
É como se cada segundo contivesse toda a história do universo.
Fênix, eu te imploro, por favor...
Te imploro com tudo o que tenho em mim...
O que fazer, Doutor? O que fazer?
E se ela nunca responder?
Nunca responder!
Nunca!
Jamais em toda a eternidade...
Fênix, se você estiver lendo isto, eu...
Se você estiver lendo isto...
Eu tenho uma coisa pra te falar.
Fênix...
Eu...
terça-feira, 23 de junho de 2015
Ansiosiedade
Doutor, sinto como se meu pâncreas estivesse sendo retirado pedacinho a pedacinho utilizando apenas uma pinça.
Vou perder minha cabeça. Vou enlouquecer de vez.
Esta música se chama "Countdown to death" do Doom II, que eu tanto joguei quando era mais novo (e ainda jogo as vezes). Ela resume o que estou sentindo agora.
A contagem final para a morte.
Só que é como se ela estivesse tocando há várias eternidades!
Vou perder minha cabeça. Vou enlouquecer de vez.
Esta música se chama "Countdown to death" do Doom II, que eu tanto joguei quando era mais novo (e ainda jogo as vezes). Ela resume o que estou sentindo agora.
A contagem final para a morte.
Só que é como se ela estivesse tocando há várias eternidades!
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Ansiedade ansiosidade
Doutor.. esta ansiedade está me matando!
Tem tanta coisa passando pela minha cabeça!
E, a cada mensagem que eu envio para a Fênix, ela demora dias, ou até semanas pra responder!
É como se estivéssemos escrevendo cartas de novo, Doutor!
Estou com dificuldades em me organizar e me concentrar, em ler, em fazer qualquer coisa!
Se bem que, hoje eu estou meio sonolento também.
Tive que acordar cedo atoa. Umbabaca aí que eu nem conheço, não sei nem o nome amigo de uma amiga minha me pediu ajuda em uma matéria. Eu disse que sim, é claro, e marcamos de estudar hoje cedo. Em cima da hora, o cara disse que não ia poder.
E você sabe que eu fico bastante estressado o dia todo quando acordo cedo atoa, né, Doutor.
Talvez seja só isso.
Vou tentar ficar mais calmo e fazer alguma coisa tranquila.
Obrigado por me ouvir, Doutor. Eu realmente precisava desabafar.
Se a Fênix finalmente disser alguma coisa, eu te conto.
Tem tanta coisa passando pela minha cabeça!
E, a cada mensagem que eu envio para a Fênix, ela demora dias, ou até semanas pra responder!
É como se estivéssemos escrevendo cartas de novo, Doutor!
Estou com dificuldades em me organizar e me concentrar, em ler, em fazer qualquer coisa!
Se bem que, hoje eu estou meio sonolento também.
Tive que acordar cedo atoa. Um
E você sabe que eu fico bastante estressado o dia todo quando acordo cedo atoa, né, Doutor.
Talvez seja só isso.
Vou tentar ficar mais calmo e fazer alguma coisa tranquila.
Obrigado por me ouvir, Doutor. Eu realmente precisava desabafar.
Se a Fênix finalmente disser alguma coisa, eu te conto.
A delícia do algoz ou o resgate da Fênix
Doutor, a Fênix ainda não me respondeu.
Isso me faz começar a imaginar... "E se ela estiver pensando no assunto? E se ela realmente estiver apenas com medo de que tudo dê errado? Será que ainda existe uma chance?".
O algoz está se deliciando com o sofrimento do condenado, antes de finalmente lhe tirar a vida.
O corpo do condenado está intensamente ferido.
Mas ele ainda respira.
Ele ainda pode viver!
O algoz prepara a lâmina para o golpe final.
O golpe de misericórdia.
O golpe que o livrará da angústia, mas também da vida.
Dois eventos podem ocorrer daí.
Existem dois finais para a história do condenado.
Eis que, finalmente a lâmina lhe arranca a cabeça de uma só vez!
E será o fim definitivo desta história.
Ou, a Fênix pode surgir milagrosamente!
Com sua coragem e piedade, resgata o condenado daquele terrível lugar!
Com suas lágrimas e afeto, o cura de todos os ferimentos!
E com seu beijo, o transporta para outra dimensão, a qual só se pensava existir em sonhos de fantasia e lendas.
Esperaremos para descobrir.
Isso me faz começar a imaginar... "E se ela estiver pensando no assunto? E se ela realmente estiver apenas com medo de que tudo dê errado? Será que ainda existe uma chance?".
O algoz está se deliciando com o sofrimento do condenado, antes de finalmente lhe tirar a vida.
O corpo do condenado está intensamente ferido.
Mas ele ainda respira.
Ele ainda pode viver!
O algoz prepara a lâmina para o golpe final.
O golpe de misericórdia.
O golpe que o livrará da angústia, mas também da vida.
Dois eventos podem ocorrer daí.
Existem dois finais para a história do condenado.
Eis que, finalmente a lâmina lhe arranca a cabeça de uma só vez!
E será o fim definitivo desta história.
Ou, a Fênix pode surgir milagrosamente!
Com sua coragem e piedade, resgata o condenado daquele terrível lugar!
Com suas lágrimas e afeto, o cura de todos os ferimentos!
E com seu beijo, o transporta para outra dimensão, a qual só se pensava existir em sonhos de fantasia e lendas.
Esperaremos para descobrir.
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domingo, 21 de junho de 2015
A gigantesca carta
Caramba, Doutor!
Eu enviei para a Fênix a maior mensagem que já escrevi na vida para alguém.
Foi quase que um post do blog em formato de mensagem.
Infelizmente, não pôde ser uma carta de verdade, foi só uma mensagem dessas digitais mesmo.
Mas foi algo bem profundo, bonito, poético, filosófico.
Eu leio e releio várias vezes, não me canso.
Ficou tão bem escrito, tão inspirador!
É uma pena que, acho que não vai dar em nada.
É extremamente careta ser tão profundo hoje em dia.
E também, Doutor, nós já sabemos um pouco sobre ela.
Por mais que ela tenha feito algumas revelações incríveis, nós não estamos nem próximos de estarmos ao nível dela ainda. (Sei que estamos tentando aumentar nossa auto confiança e auto estima, Doutor. Por isto, coloquei o "ainda" na última frase.)
Mas, está sendo uma experiência incrível.
Nunca pudemos conversar tão profundamente com uma "vítima" antes.
Teremos uma baita história pra contar depois disso, Doutor.
Infelizmente, não sobre "Como conseguimos conquistar a Fênix", mas, pelo menos sobre "Como pudemos ter uma conversa tão profunda com alguém de quem gostássemos muito".
Eu enviei para a Fênix a maior mensagem que já escrevi na vida para alguém.
Foi quase que um post do blog em formato de mensagem.
Infelizmente, não pôde ser uma carta de verdade, foi só uma mensagem dessas digitais mesmo.
Mas foi algo bem profundo, bonito, poético, filosófico.
Eu leio e releio várias vezes, não me canso.
Ficou tão bem escrito, tão inspirador!
É uma pena que, acho que não vai dar em nada.
É extremamente careta ser tão profundo hoje em dia.
E também, Doutor, nós já sabemos um pouco sobre ela.
Por mais que ela tenha feito algumas revelações incríveis, nós não estamos nem próximos de estarmos ao nível dela ainda. (Sei que estamos tentando aumentar nossa auto confiança e auto estima, Doutor. Por isto, coloquei o "ainda" na última frase.)
Mas, está sendo uma experiência incrível.
Nunca pudemos conversar tão profundamente com uma "vítima" antes.
Teremos uma baita história pra contar depois disso, Doutor.
Infelizmente, não sobre "Como conseguimos conquistar a Fênix", mas, pelo menos sobre "Como pudemos ter uma conversa tão profunda com alguém de quem gostássemos muito".
sexta-feira, 19 de junho de 2015
O silêncio
Era um belo dia no deserto, mas o andarilho não estava satisfeito.
Ele estava sofrendo uma crise mental, sua vontade de sair do deserto o consumia.
Tantos rostos passavam por sua cabeça, tantas formas de se construir uma nave e sair dali, tantas coisas legais para se fazer, num universo tão grande a ser explorado!
Ele gritava diversos nomes insanamente.
Suplicando para que qualquer um pudesse ouvir!
E quando ele finalmente se calou, ofegante, pôde ouvir o eco de seus próprios gritos refletido nas montanhas, e logo após, o silêncio.
Não havia ninguém naquele planeta que pudesse responder o seu chamado.
Até mesmo o vento aos poucos se calou.
Agora ele nem podia ouvir a própria respiração, ou os batimentos do coração.
O silêncio recaiu sobre ele como uma terrível maldição, como se fosse a mais pesada das pedras do deserto.
De fato, o silêncio foi tão pesado, esmagador, desesperador, vazio, que ele não aguentou e caiu de joelhos no chão do deserto, de cabeça baixa, com um aperto no peito que o impedia de respirar, tudo foi ficando cada vez mais escuro.
Aos poucos, o vento retornou, como quem tivesse perdido a curiosidade e voltado ao seus afazeres.
As aves do deserto voltaram a gritar secamente.
Sua visão voltou aos poucos a fazer sentido: via o infinito chão de areia tocando o céu azul quase branco no limite do horizonte.
Sua respiração ruidosa começou a ser sentida novamente.
Ele se levantou, fechou os olhos, respirou fundo e gritou, desta vez, não um nome em específico, mas uma manifestação de solidão, frustração e desespero!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!...
A terra começou a tremer.
Seus pés começaram a levantar do chão.
Ele foi rapidamente ganhando velocidade vertical.
O andarilho agora acelerava como um foguete para longe do deserto! Além da velocidade do som! O ar se ionizava ao seu redor, tamanha energia de sua fúria! Raios poderosos partiam dele em todas as direções!
A medida que ganhava altitude, a atmosfera foi ficando extremamente rarefeita e todos estes efeitos foram desaparecendo.
De uma vez, ele parou de gritar e olhou para baixo.
O planeta deserto tinha ficado para trás, e ficava cada vez menor no espaço sideral.
Ele havia conseguido sair, sem nave, sem nada, apenas de sua fúria e força vontade.
O andarilho foi tomado por uma alegria que ele não conseguia se lembrar de ter sentido antes.
Finalmente não seria mais um andarilho solitário no deserto, mas sim um viajante do universo.
Estendeu para cima o braço com o punho fechado e pôde sentir sua velocidade aumentar cada vez mais.
Não ficaria mais sozinho, pois, com este novo poder, ele poderia ir até quem ele quisesse!
Mas, poderia haver um final feliz para a história deste castigado andarilho?
Aos poucos, aquele breve sonho foi se desfazendo.
O sorriso ainda estava em seu rosto, mas o sol queimava seus olhos.
Ali estava o andarilho, deitado no chão de barriga para cima, o chão do seu tão conhecido deserto.
Parecia tão real, mas não passava de mais uma ilusão.
Um colapso mental originado de uma vontade infinita porém impossível.
Impossível?
As palavras "Nada é impossível" passaram por sua mente.
O andarilho agora tinha um sonho, ele viu seu sonho, conheceu seu sonho.
Chega de silêncio, o andarilho vai correr atrás deste sonho.
E se ninguém for com ele, então como sempre, ele vai sozinho!
Ele estava sofrendo uma crise mental, sua vontade de sair do deserto o consumia.
Tantos rostos passavam por sua cabeça, tantas formas de se construir uma nave e sair dali, tantas coisas legais para se fazer, num universo tão grande a ser explorado!
Ele gritava diversos nomes insanamente.
Suplicando para que qualquer um pudesse ouvir!
E quando ele finalmente se calou, ofegante, pôde ouvir o eco de seus próprios gritos refletido nas montanhas, e logo após, o silêncio.
Não havia ninguém naquele planeta que pudesse responder o seu chamado.
Até mesmo o vento aos poucos se calou.
Agora ele nem podia ouvir a própria respiração, ou os batimentos do coração.
O silêncio recaiu sobre ele como uma terrível maldição, como se fosse a mais pesada das pedras do deserto.
De fato, o silêncio foi tão pesado, esmagador, desesperador, vazio, que ele não aguentou e caiu de joelhos no chão do deserto, de cabeça baixa, com um aperto no peito que o impedia de respirar, tudo foi ficando cada vez mais escuro.
Aos poucos, o vento retornou, como quem tivesse perdido a curiosidade e voltado ao seus afazeres.
As aves do deserto voltaram a gritar secamente.
Sua visão voltou aos poucos a fazer sentido: via o infinito chão de areia tocando o céu azul quase branco no limite do horizonte.
Sua respiração ruidosa começou a ser sentida novamente.
Ele se levantou, fechou os olhos, respirou fundo e gritou, desta vez, não um nome em específico, mas uma manifestação de solidão, frustração e desespero!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!...
A terra começou a tremer.
Seus pés começaram a levantar do chão.
Ele foi rapidamente ganhando velocidade vertical.
O andarilho agora acelerava como um foguete para longe do deserto! Além da velocidade do som! O ar se ionizava ao seu redor, tamanha energia de sua fúria! Raios poderosos partiam dele em todas as direções!
A medida que ganhava altitude, a atmosfera foi ficando extremamente rarefeita e todos estes efeitos foram desaparecendo.
De uma vez, ele parou de gritar e olhou para baixo.
O planeta deserto tinha ficado para trás, e ficava cada vez menor no espaço sideral.
Ele havia conseguido sair, sem nave, sem nada, apenas de sua fúria e força vontade.
O andarilho foi tomado por uma alegria que ele não conseguia se lembrar de ter sentido antes.
Finalmente não seria mais um andarilho solitário no deserto, mas sim um viajante do universo.
Estendeu para cima o braço com o punho fechado e pôde sentir sua velocidade aumentar cada vez mais.
Não ficaria mais sozinho, pois, com este novo poder, ele poderia ir até quem ele quisesse!
Mas, poderia haver um final feliz para a história deste castigado andarilho?
Aos poucos, aquele breve sonho foi se desfazendo.
O sorriso ainda estava em seu rosto, mas o sol queimava seus olhos.
Ali estava o andarilho, deitado no chão de barriga para cima, o chão do seu tão conhecido deserto.
Parecia tão real, mas não passava de mais uma ilusão.
Um colapso mental originado de uma vontade infinita porém impossível.
Impossível?
As palavras "Nada é impossível" passaram por sua mente.
O andarilho agora tinha um sonho, ele viu seu sonho, conheceu seu sonho.
Chega de silêncio, o andarilho vai correr atrás deste sonho.
E se ninguém for com ele, então como sempre, ele vai sozinho!
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quinta-feira, 18 de junho de 2015
A orquestra fantasma
I
Sobreaquecimento pelo sol.
Infecção de algum ferimento.
Queda de um alto desfiladeiro com a cabeça em alguma pedra afiada.
Picada de algum animal venenoso.
Não se sabe ao certo como o andarilho chegou nesta conclusão.
Mas ele estava determinado a assistir a orquestra que tocaria no deserto.
II
Mandou um sinal de fumaça, visível a uma enorme distância, para que todos que pudessem ver fossem assistir a orquestra também.
Até mesmo a Fênix, depois de tudo, ela ainda estava convidada.
E logo começou a caminhada em direção ao local marcado.
Ele andou, andou e andou.
III
...
IV
O andarilho finalmente chegou no lugar marcado.
E lá ficou esperando pela orquestra e pelos convidados.
Que nunca apareceram.
A esta hora, só restavam os fantasmas.
O andarilho sabia que estavam ali.
Mas não podia ver nem conversar com eles.
Decidiu ir embora, mesmo sem ver o show.
V
V
Hoje, o deserto venceu.
A solidão o dominou completamente.
Deitou-se no chão e se perdeu um pouco em seus pensamentos até adormecer.
"Eu estou tão feliz, porque hoje encontrei meus amigos.
Eles estão na minha cabeça."
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sexta-feira, 12 de junho de 2015
A fogueira negra
O andarilho se senta próximo à uma fogueira negra no deserto.
É muito comum encontrar estas fogueiras lá.
Provavelmente, ele mesmo deve ter deixado ela lá queimando, há tanto tempo atrás, que ele não se lembra.
A fogueira negra suga a luz, a temperatura e os bons sentimentos, por isto, nas suas proximidades, o clima é sombrio, triste, escuro, frio e solitário.
Ele deita no chão de areia gelada e se encolhe.
Deve passar um tempinho ali perto da fogueira negra.
Pensando em alguma coisa, ou apenas praticando a sua inexistência.
Ele chegou à decisão de que, talvez algum dia, ele saia de perto da fogueira, talvez quando se sentir mais animado.
Sim, ele gosta de loops infinitos e condições impossíveis de serem alcançadas.
Talvez algum dia ele saia de lá.
É muito comum encontrar estas fogueiras lá.
Provavelmente, ele mesmo deve ter deixado ela lá queimando, há tanto tempo atrás, que ele não se lembra.
A fogueira negra suga a luz, a temperatura e os bons sentimentos, por isto, nas suas proximidades, o clima é sombrio, triste, escuro, frio e solitário.
Ele deita no chão de areia gelada e se encolhe.
Deve passar um tempinho ali perto da fogueira negra.
Pensando em alguma coisa, ou apenas praticando a sua inexistência.
Ele chegou à decisão de que, talvez algum dia, ele saia de perto da fogueira, talvez quando se sentir mais animado.
Sim, ele gosta de loops infinitos e condições impossíveis de serem alcançadas.
Talvez algum dia ele saia de lá.
Mais um dia dos namorados no deserto
Hoje é o dia de tirar zero em todas as provas.
De tomar bomba em todas as matérias.
De assistir aquele mesmo filme da semana passada, e da anterior..
De construir uma nave que explodirá antes de sair do deserto.
De pensar na música que gruda na cabeça mas nunca toca no rádio.
De passar o décimo segundo dia dos namorados no deserto.
Hoje é o dia em que todos os casais do mundo se reúnem em um ritual, onde eles absorvem todas as energias dos forever alones para usar em suas coisas felizes de casais que os forever alones sequer podem imaginar que existem.
É apenas um ótimo dia para não sair de casa, ou para dormir até o dia seguinte, ou para não acessar nenhum veículo de comunicação... enfim.
Feliz dia dos namorados.
De tomar bomba em todas as matérias.
De assistir aquele mesmo filme da semana passada, e da anterior..
De construir uma nave que explodirá antes de sair do deserto.
De pensar na música que gruda na cabeça mas nunca toca no rádio.
De passar o décimo segundo dia dos namorados no deserto.
Hoje é o dia em que todos os casais do mundo se reúnem em um ritual, onde eles absorvem todas as energias dos forever alones para usar em suas coisas felizes de casais que os forever alones sequer podem imaginar que existem.
É apenas um ótimo dia para não sair de casa, ou para dormir até o dia seguinte, ou para não acessar nenhum veículo de comunicação... enfim.
Feliz dia dos namorados.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
O universo está se divertindo
Doutor, o universo está se divertindo um pouco às minhas custas.
Tentando ver até onde eu consigo.
Mas eu não vou desistir.
Ainda há uma pequena esperança.
Vou lutar até o fim.
E não estava falando da Fênix, Doutor.
Eu já não espero mais nada dela.
E não é que eu tenha desistido dela.
Com ela, eu fui até o fim.
E só chegou o fim, por que não dependeu de mim.
Não me arrependo de ter me declarado, e nem da forma com que fiz.
E se ela de fato fugir de mim, então isso apenas significa que eu deveria ter feito isso há muito tempo atrás.
Eu apenas fui sincero, não fiz nada de errado.
Pelo menos desta vez, não fui estúpido de inventar falsas esperanças.
Eu já sabia desde o início que não havia chance, mas eu consegui vencer o medo e encarar de frente o inimigo que me eliminou com o golpe da ausência.
Estou orgulhoso de mim mesmo, Doutor.
Apesar estar tudo desmoronando, eu estou satisfeito, pois vou ter muito o que lutar para reconstruir!
Viva a ruptura radical com a vida!
Tentando ver até onde eu consigo.
Mas eu não vou desistir.
Ainda há uma pequena esperança.
Vou lutar até o fim.
E não estava falando da Fênix, Doutor.
Eu já não espero mais nada dela.
E não é que eu tenha desistido dela.
Com ela, eu fui até o fim.
E só chegou o fim, por que não dependeu de mim.
Não me arrependo de ter me declarado, e nem da forma com que fiz.
E se ela de fato fugir de mim, então isso apenas significa que eu deveria ter feito isso há muito tempo atrás.
Eu apenas fui sincero, não fiz nada de errado.
Pelo menos desta vez, não fui estúpido de inventar falsas esperanças.
Eu já sabia desde o início que não havia chance, mas eu consegui vencer o medo e encarar de frente o inimigo que me eliminou com o golpe da ausência.
Estou orgulhoso de mim mesmo, Doutor.
Apesar estar tudo desmoronando, eu estou satisfeito, pois vou ter muito o que lutar para reconstruir!
Viva a ruptura radical com a vida!
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Cabelo
Minha incompatibilidade com este planeta se torna cada dia mais absurda, Doutor.
Eu realmente não combino com toda essa gente.
Não que eu seja melhor que ninguém.
Na verdade, é bem porque eu sou muito pior que todos eles.
Eu sou fraco.
Indefeso.
Sem ação.
Desprezível!
Me desculpa, Doutor. Eu não queria ficar nos xingando assim.
Mas é porque realmente é difícil.
O meu cabelo é a parte do meu corpo que eu mais gosto.
Aliás, acho que é a única parte que eu gosto.
Talvez, algum dia, eu separe apenas o meu cabelo, e destrua todo o resto.
Eu realmente não combino com toda essa gente.
Não que eu seja melhor que ninguém.
Na verdade, é bem porque eu sou muito pior que todos eles.
Eu sou fraco.
Indefeso.
Sem ação.
Desprezível!
Me desculpa, Doutor. Eu não queria ficar nos xingando assim.
Mas é porque realmente é difícil.
O meu cabelo é a parte do meu corpo que eu mais gosto.
Aliás, acho que é a única parte que eu gosto.
Talvez, algum dia, eu separe apenas o meu cabelo, e destrua todo o resto.
Valor
Ah, Doutor.
Agora eu já estou questionando minhas próprias vontades.
Estou começando a duvidar do que disse para a Fênix.
Ela é tão evasiva, tão distante, indefinida.
Ela tem até sábado para me convencer do contrário, Doutor.
Eu também tenho o meu valor. Não mereço ser tratado assim.
Tudo bem que é um valor bem baixo.
Mas ainda é um valor!
E eu estou disposto a lutar para evoluir!
Só quero que isto acabe logo, Doutor.
Agora eu já estou questionando minhas próprias vontades.
Estou começando a duvidar do que disse para a Fênix.
Ela é tão evasiva, tão distante, indefinida.
Ela tem até sábado para me convencer do contrário, Doutor.
Eu também tenho o meu valor. Não mereço ser tratado assim.
Tudo bem que é um valor bem baixo.
Mas ainda é um valor!
E eu estou disposto a lutar para evoluir!
Só quero que isto acabe logo, Doutor.
O topo da montanha
O andarilho solitário, depois de muita dificuldade, finalmente conseguiu alcançar o topo da montanha.
Quando chegou lá, desmaiou por falta de oxigênio.
Agora o frio suga sua vida lentamente.
Enquanto ele permanece inconsciente.
Agora que ele chegou lá, existe outra montanha, muito mais alta, a ser escalada.
Mas como ele vai sequer tentar, se permanecer morto naquele lugar desolado?
Abandonado, sem nenhuma ajuda, nenhuma motivação, sem oxigênio.
Eu estou com a cabeça sob as rodas de um caminhão, Doutor.
Por um lado, isto é bom, pois significa que eu estou fazendo aquelas doideiras de novo.
Vivendo a vida, ou pelo menos tentando.
Quando chegou lá, desmaiou por falta de oxigênio.
Agora o frio suga sua vida lentamente.
Enquanto ele permanece inconsciente.
Agora que ele chegou lá, existe outra montanha, muito mais alta, a ser escalada.
Mas como ele vai sequer tentar, se permanecer morto naquele lugar desolado?
Abandonado, sem nenhuma ajuda, nenhuma motivação, sem oxigênio.
Eu estou com a cabeça sob as rodas de um caminhão, Doutor.
Por um lado, isto é bom, pois significa que eu estou fazendo aquelas doideiras de novo.
Vivendo a vida, ou pelo menos tentando.
domingo, 7 de junho de 2015
nhgre2
Ei, Doutor.
Apesar de tudo isto, estou com muita preguiça para escrever agora.
Depois a gente conversa, Doutor.
Até mais.
Apesar de tudo isto, estou com muita preguiça para escrever agora.
Depois a gente conversa, Doutor.
Até mais.
"Eu gosto de você"
- Então, o que eu tinha que te falar era que... eu gosto de você.
- Ok, obrigado. Era só isso?
- Sim, só isso mesmo.
- Então tchau.
- Tchau.
- Ok, obrigado. Era só isso?
- Sim, só isso mesmo.
- Então tchau.
- Tchau.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Não sei
Doutor, eu nem mesmo sei o que escrever aqui.
Não consigo formular minhas ideias.
Não sei ao certo o que aconteceu.
Acho que minha nave quebrou de novo.
Não sei o que vou fazer agora.
Não consigo abrir meus olhos.
Sempre que descubro que estou sonhando, acordo em outro sonho.
Eu lamento muito, Doutor.
Mas ao mesmo tempo, estou feliz pelo que fiz.
Eu queria pelo menos poder ter conversado.
Eu até tentei.
Mas ela não deixou.
Não tenho como lutar contra isso, Doutor.
Estou tão anestesiado, Doutor.
Eu sou um cubo de gelo.
Foi uma semana e tanto, Doutor.
E agora eu não estou em condições de tomar nenhuma decisão.
Nem estou em condições de pensar em nada.
Vou deixar isto pra lá de uma vez por todas.
Vou tentar de novo.
Vou insistir em uma conversa.
Vou sumir do mapa.
Vou esperar a próxima oportunidade.
Realmente não estou em condições de tomar nenhuma decisão.
Nem estou em condições de pensar em nada.
Não consigo formular minhas ideias.
Não sei ao certo o que aconteceu.
Acho que minha nave quebrou de novo.
Não sei o que vou fazer agora.
Não consigo abrir meus olhos.
Sempre que descubro que estou sonhando, acordo em outro sonho.
Eu lamento muito, Doutor.
Mas ao mesmo tempo, estou feliz pelo que fiz.
Eu queria pelo menos poder ter conversado.
Eu até tentei.
Mas ela não deixou.
Não tenho como lutar contra isso, Doutor.
Estou tão anestesiado, Doutor.
Eu sou um cubo de gelo.
Foi uma semana e tanto, Doutor.
E agora eu não estou em condições de tomar nenhuma decisão.
Nem estou em condições de pensar em nada.
Vou deixar isto pra lá de uma vez por todas.
Vou tentar de novo.
Vou insistir em uma conversa.
Vou sumir do mapa.
Vou esperar a próxima oportunidade.
Realmente não estou em condições de tomar nenhuma decisão.
Nem estou em condições de pensar em nada.
terça-feira, 2 de junho de 2015
Tão romântico como um acidente de carro
Hoje eu fiz uma coisa incrível, Doutor.
Eu confessei para a fênix meus sentimentos por ela.
Da forma menos romântica que eu já pude presenciar em toda a minha vida.
Pra você ter uma ideia, Doutor, eu dei isto de presente pra ela:
Pois é. Pode rir, Doutor.
Eu ri de mim mesmo por ter dado isso.
Ela teria rido também, se não estivesse em estado de choque.
Mas não foi um presente de "quero namorar você".
Como eu disse pra ela, é um símbolo da amizade que existe entre nós que não vai diminuir.
Mas, Doutor, eu precisava fazer isto.
Eu não podia guardar isto comigo!
E não me arrependo de ter feito.
Sei que agora tudo vai ficar meio constrangedor.
E ela pode sair contando pra todo mundo, fazendo tudo ainda pior.
Mas eu não me importo.
Eu fiz o que precisava fazer.
E agora eu vou até o fim.
Vamos ver o que vem agora.
Eu confessei para a fênix meus sentimentos por ela.
Da forma menos romântica que eu já pude presenciar em toda a minha vida.
Pra você ter uma ideia, Doutor, eu dei isto de presente pra ela:
Pois é. Pode rir, Doutor.
Eu ri de mim mesmo por ter dado isso.
Ela teria rido também, se não estivesse em estado de choque.
Mas não foi um presente de "quero namorar você".
Como eu disse pra ela, é um símbolo da amizade que existe entre nós que não vai diminuir.
Mas, Doutor, eu precisava fazer isto.
Eu não podia guardar isto comigo!
E não me arrependo de ter feito.
Sei que agora tudo vai ficar meio constrangedor.
E ela pode sair contando pra todo mundo, fazendo tudo ainda pior.
Mas eu não me importo.
Eu fiz o que precisava fazer.
E agora eu vou até o fim.
Vamos ver o que vem agora.
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