domingo, 22 de maio de 2016

Salvação

Conversar com alguém foi muito bom.
Me tranquilizou, e possibilitou que eu continuasse meu trabalho.
Mesmo que tenha sido atoa, sobre coisas aleatórias.
Meu amigo Raphahouse não fala muito mais comigo.
Acho que está muito ocupado experimentando a humanidade.
Eu estava um pouco excessivamente desesperadamente solitário.
Pelo menos isso salvou meu fim de semana.

Tradição

Seguimos a boa e velha tradição!
Aquela de passar anos trancado no congelador!

Líquido

Meu cérebro está se transformando em um líquido.
Eu posso sentir.
Posso ouvir o barulho de líquido balançando, quando mexo a cabeça.
Acho que está começando a escorrer.
Escorre pelos meus olhos.
E pinga no chão.
Aquele líquido rosa.
Estou me sentindo estranho.

A semente

Minha cabeça está tão pesada que mal consigo ficar de pé.
Vou andando e minhas pegadas vão se tornando cada vez mais fundas.
Afundo meus pés na terra dura.
Afundo meus joelhos.
Minha perna.
É quase impossível caminhar.
Agora já mal posso me mover.
E continuo afundando na terra.
Quanto mais relutante, mais me afundo.
Até que minha cabeça se afunda na terra e já não posso ver mais nada.
A terra invade meus pulmões, esmaga meu corpo, me paralisa.
Me perfura com cem estacas de pedras pontiagudas.
Implanta uma semente em meu cérebro,
que explode em uma imensa árvore negra.
Uma árvore negra com uma aura maligna que suga toda a luz.
A árvore se alimenta do pouco que resta da minha vida.
Utiliza minha energia vital para crescer seus frutos.
De seus frutos, saem pequenos demônios que se unem em um só ser.
O ser maligno grita tão alto que uma onda de choque desintegra a árvore que o criou e destrói tudo ao seu caminho.
Com necessidade de destruição, sai a vagar o mal mais poderoso do universo.

sábado, 21 de maio de 2016

Rapidinho

É tudo rapidinho de fazer
Mas nunca temos tempo
Sempre tanta pressão!
É tudo sempre tão intenso!

E tudo aperta por todos os lados
Tudo tão sufocante
Tudo descontrolado

Parece que, a qualquer momento, tudo simplesmente vai explodir
Parece que tudo que penso, não demora um segundo pra sumir
Parece que todo universo decidiu conspirar contra mim
Parece que tudo que eu conheço vai deixar de existir

Eu sinto muito, não tenho nada de bom pra dizer
É sempre isso, nunca muda o que vai acontecer
E se algum dia eu fui bom em alguma coisa qualquer
Esse dia já passou e hoje eu nem sei mais o que é
Já não sei mais quem eu sou, e como cheguei aqui
E agora já não há mais nada aqui dentro de mim

Sou apenas um saco vazio carregado pelo vento
Que voa pelo mundo sem nenhuma ação, nenhum movimento
A minha mente, assustada busca abrigo em textos imensos
E quando as letras acabam fico preso em meus pensamentos

Aqui estamos nós

Aqui estamos nós de novo
Só nós dois
Na verdade, só um
Como sempre é e sempre vai ser
No fim, somos só nós, um

Sou só
Sou o pó
O que fica quando todos se vão
Aquele que vive em vão
E como será?
Ter um lugar para ir?
E ter gente lá, que te faz sorrir?

E agora que todos se foram
a tempestade de areia continua
no meu deserto

Meu violento deserto
ninguém chega perto
ninguém quer saber

A tempestade de areia nunca realmente cessa.

Estou exausto de viver,
E por mais jovem que eu possa parecer,
minha mente já está a apodrecer,
minha alma é velha, cansada e já não pode mais ver
o que dizem haver de bom por aí

É como estar no fundo de um poço tampado
E lá na tampa, bem distante tem uma televisão
Daquelas bem antigas preto e branco e quase sem som
Tentando mostrar o que ainda há de bonito pelo mundo.

Estou tão morto, há tanto tempo
Pedaços de mim caem por onde eu passo
Minhas mãos rígidas e quebradiças
mais nada podem tocar
mais nada podem sentir

Bate um vento mais forte
E me faz em mil pedaços
Leva meu pó pelo ar
E eu nada posso fazer

Flutuo no espaço sem ação
Vejo o tempo passar num clique
Fujo do passado,
não tenho futuro
e não sei o que fazer com o presente

Eu caio dentro dos meus olhos
Caio para sempre em mim
Mergulho num oceano
que jamais vai ter um fim

Me afogo em mim mesmo
Me sufoco em minha mente
Me congelo em meu calor
Tudo passa lentamente,
e acaba rapidamente.

Meu coração nunca bateu
Meu muro é indestrutível
Me protege de tudo de bom que venha de fora
E impede que qualquer coisa boa saia
Me mantem sempre distante
De qualquer um que apareça

Meu deserto é infinito
Jamais conseguirei sair
Não importa o quanto eu me esforce
Não importa o que aconteça.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O problema

O problema é
O problema é
O problema é

as vidas batem forte e são solavancadas em seus bonés.
As formigas vivem sempre perguntando por alguém.
As lontras querem mesmo ser fervidas em antrax.
As lendas morrem jovens por não saberem rezar.

Tudo que o chão é chinelo bate no pé do elevador.
A gente somos fogueira e fogos de artifício.
A mola e a solda potente, do sol poente do aquecedor.
As folhas limpas macias papel higiênico do amor!

Não fale mais comigo, nunca mais, por favor.
Fale sempre de volta com o monstro sonhador.
Eu sou um banco de merda que voou pelo sofá.
Eu sou o podre da vida, sou o destino, sou defecar.

A escrita e a leitura fazem poemas de amor.
A carne e a vontade não existem pra valer.
O baixo da poesia dá o tom de amargar.
E a língua sabe que não deve continuar!

A solidão é rasteira, é serena é suave.
A solidão mata a gente a solidão parece que sabe.
A solidão é a vida a solidão quer nos comer.
A solidão nos esfria e nos faz querer morrer.

A solidão bate forte e arranca o coração.
A solidão traz catarro que mata o cérebro da canção.
A solidão não quer saber de nos deixar em paz.
A solidão não quer que respiremos nunca mais.

A solidão é o ferro que nos queima de manhã.
A solidão é o vazio que nos preenche de romã.
A solidão me matou e me escondeu no congelador.
A solidão é o eixo que martela o ventilador.

chega.















quarta-feira, 18 de maio de 2016

Fênix, the crush

Um crushinho, bem de levinho.
Mantendo as "distâncias de segurança".
Mexe comigo, mas eu aguento.
Coisa mais linda, mas eu te entendo.
Sigo a linha reta traçada no chão pelo meu consciente.

sábado, 14 de maio de 2016

Insalubre

Tanta coisa deu errado.
Tanto tempo foi perdido.
Tantas tentativas frustradas.
Meu projeto certamente não vai funcionar do jeito que pensei.
Já desisti de algumas funcionalidades.
Isso, se pelo menos chegar a funcionar.
E não creio que isso seja por dificuldades técnicas.
Não.
Certamente isso tudo é porque meu psicológico está profundamente, gravemente danificado.
E, com toda esta pressão, está ficando cada vez pior.
Ser uma pessoa tão absurdamente fechada também não ajuda muito.
Pensamentos negativos reverberam e ressoam delongadamente, furiosamente na minha mente, sem ter por onde sair e se dissipar.
Este blog é o único lugar onde eu falo esse tipo de coisa...

....

O deserto se torna cada dia mais insalubre.
O deserto não vê a vida com bons olhos.
O andarilho claramente é um agente invasor ali.
Deve ser eliminado.
E o deserto luta, cada dia mais bravamente, para eliminá-lo.
Como o andarilho vai poder se salvar algum dia?
Ou a pergunta seria, na verdade, quanto tempo o andarilho ainda vai durar no deserto?

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O abominável homem das fezes

Eu estou doente.
Estou com a doença das fezes.
Um vírus entrou em mim e transformou meu cérebro em fezes.
Ele foi evoluindo e transformou minhas tripas em fezes.
Depois meus ossos.
Meus músculos.
Minha pele.
Minha alma.
Até que não sobrasse mais nada.
Aqui estou eu: O homem fezes.
O abominável homem das fezes.

Auto cozimento

O bom é que, se eu estiver com fome, mas estiver com muita preguiça para cozinhar alguma coisa, posso retirar meu próprio cérebro e comê-lo.
Ele já está no ponto!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Pelo menos

Pelo menos uma coisa boa.
Eu gosto dos posts que escrevo quando estou em estado de desespero, como atualmente.

Tempo

Tempo é o objeto mais valioso que a descarga consome ordenada pela rotação assassina e desembestada do planeta terra.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Maldição

Nada funciona.
Até as coisas mais simples começam a não funcionar.
É uma maldição.
O não funcionamento parece partir da vida amorosa (mas sem abandoná-la) e atingir a todo o resto, numa nuvem de fezes no ventilador que nos acolhe, nos aquece, nos esmaga, nos estrangula, nos defeca vivos, nos rouba a alma, nos rouba o tempo, nos rouba a vida, enlouquece o pâncreas, destrói a cidade, quebra os equipamentos, queima os processadores, chicoteia os ensolarados, mastiga os transeuntes, exonera os gatos, esvazia os ferros, busterquisxa os brártises, desrosqueia os parafusos e mata a juventude.
Não preciso mais formar, preciso me aposentar.
Eu troco minha juventude com alguém de uns 90 anos.
Vou deitar num canto e morrer por intoxicação alimentar logo após ingerir 5 kg de fezes.
Vou deitar num canto e ingerir pimenta até meus olhos saírem pelos meus ouvidos.
Vou deitar num canto e ficar lá até que minhas pernas caiam para fora de meu corpo.
Vou deitar num canto e dormir.
Vou deitar num canto e produzir tantas fezes que morrerei afogado nelas.
Vou deitar num canto e ficarei tão só, mas tão só, viverei 23 anos no deserto e então
Vou deitar num canto e morrer. Final feliz! : )

domingo, 8 de maio de 2016

Fracasso em sua plenitude absoluta

Eu não consigo fazer meu projeto funcionar.
Não tenho os materiais necessários.
Não tenho equipamentos de testes para investigar o que eu poderia fazer para fazer funcionar.
Quando estou em algum lugar que tenha os equipamentos, não tenho tempo suficiente e nem materiais para usar.
Não existe absolutamente ninguém que possa me ajudar.
O tempo está acabando.
Eu estou tão profundamente ferrado e destruído em todas as direções e possibilidades imagináveis.
Eu estou tão só.
Eu estou falhando miseravelmente na única coisa em que eu devia ser pelo menos minimamente bom.

Neste momento, eu sou o fracasso em sua plenitude absoluta.

sábado, 7 de maio de 2016

Mais uma vez

Mais uma vez eu falhei com meus amigos.
Sou o pior amigo do mundo.

Mais uma vez o tempo acabou antes que eu pudesse notar.
Sou o cara mais lento do mundo.

Eu sempre encho minha garrafinha com água da torneira em vez de usar filtros. Sim, eu sou porco e podre. E eu não tenho olfato.
Pode ser que eu saia fedendo por aí e nem me dê conta.
As vezes eu desconfio disso.
Mas eu não ligo tanto pra isso.
Eu não tenho obrigação de ser higiênico, bonito, legal ou limpo porque ninguém liga mesmo. Quem é que vai vir até aqui no deserto pra ver isso? ninguém.
Oh! Como eu sou vitimista!
A culpa é toda minha!
Eu cago no teto pra depois as fezes caírem de volta sobre mim!!!

Não leve este blog a sério.
Ou leve, se você quiser.

Mais uma vez o universo conspirou contra.
Eu queria ir na casa do meu amigo, mas eu estou exausto.
Talvez eu já tenha morrido.
Nesse caso, ele provavelmente já sabe, então não vai sentir minha falta.
É, tomara que seja isso, tomara que eu esteja morto mesmo.
Provavelmente eu bati minha cabeça na mesa até perder a consciência, saí zumbificado por aí e fui atropelado por uma máquina de perfuração de poços de petróleo.
E agora, como maldição pela extrema burrice, meu espírito está condenado a pensar que ainda está vivo e que as pessoas ligam, quando na verdade nem conseguem me ver.

Ok, vou parar de escrever essa porcaria agora e ir dormir.

Tantos casais.... tantos casais..

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Fênix do deserto

E, se num dia eu mato você dentro de mim, quando chega a noite, lá está você em chamas novamente riscando o céu do meu deserto.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Caverna

Eu estava tranquilo e confortável nadando em um lago numa caverna.
Entrei em pânico quando percebi que a caverna na verdade era meu nariz e  a água era catarro.
Morri afogado.