Aqui estamos nós de novo
Só nós dois
Na verdade, só um
Como sempre é e sempre vai ser
No fim, somos só nós, um
Sou só
Sou o pó
O que fica quando todos se vão
Aquele que vive em vão
E como será?
Ter um lugar para ir?
E ter gente lá, que te faz sorrir?
E agora que todos se foram
a tempestade de areia continua
no meu deserto
Meu violento deserto
ninguém chega perto
ninguém quer saber
A tempestade de areia nunca realmente cessa.
Estou exausto de viver,
E por mais jovem que eu possa parecer,
minha mente já está a apodrecer,
minha alma é velha, cansada e já não pode mais ver
o que dizem haver de bom por aí
É como estar no fundo de um poço tampado
E lá na tampa, bem distante tem uma televisão
Daquelas bem antigas preto e branco e quase sem som
Tentando mostrar o que ainda há de bonito pelo mundo.
Estou tão morto, há tanto tempo
Pedaços de mim caem por onde eu passo
Minhas mãos rígidas e quebradiças
mais nada podem tocar
mais nada podem sentir
Bate um vento mais forte
E me faz em mil pedaços
Leva meu pó pelo ar
E eu nada posso fazer
Flutuo no espaço sem ação
Vejo o tempo passar num clique
Fujo do passado,
não tenho futuro
e não sei o que fazer com o presente
Eu caio dentro dos meus olhos
Caio para sempre em mim
Mergulho num oceano
que jamais vai ter um fim
Me afogo em mim mesmo
Me sufoco em minha mente
Me congelo em meu calor
Tudo passa lentamente,
e acaba rapidamente.
Meu coração nunca bateu
Meu muro é indestrutível
Me protege de tudo de bom que venha de fora
E impede que qualquer coisa boa saia
Me mantem sempre distante
De qualquer um que apareça
Meu deserto é infinito
Jamais conseguirei sair
Não importa o quanto eu me esforce
Não importa o que aconteça.
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