sábado, 1 de outubro de 2016

O cérebro doente

Não toque em mim, pois eu estou tão frio que seu dedo pode morrer e cair.
Não se aproxime de mim, pois eu estou tão pesado que se eu pisar no seu dedinho você pode acabar tendo que amputar a perna.
E de repente tudo começou a voar ao meu redor.
E eu fiquei preso no chão sem saber o que fazer.
E me senti tão só.
E de repente tudo começou a ser tão colorido.
E tudo que eu via era tons escuros de cinza.
E eu mal conseguia ver.
Escorreguei numa casca de banana em cima de um precipício que não tinha fim.
E fui caindo para todos os lados, sem saber para onde estava o chão.
E agora estou preso neste mundo virtual que se chama cérebro.
O cérebro doente que me diferencia do que é gente.
O cérebro doente.
O cérebro doente que sabe que a pior doença está no cérebro doente que sabe que a pior doença está no cérebro doente.
O cérebro doente.
Acho que eu já perguntei isso, mas, como foi mesmo que chegamos até aqui?
Eu não entendi.
Não entendi o que é para fazer.
Não entendi nada.
Talvez isso seja por causa do cérebro doente.
O cérebro doente.
O cérebro doente.

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