Todas as pessoas, principalmente quando são mais jovens e os hormônios estão a flor da pele, eventualmente têm fantasias com alguma morte.
Abrir um canal entre as têmporas com uma arma super estilosa, explodir a própria cabeça com explosivos bonitos, pular de algum lugar sensacional, ir pro espaço sem roupa de astronauta curtindo uma vista incrível.
É algo normal, já que todos nós fomos naturalmente feitos para morrer, é algo necessário para a continuidade da vida no planeta então nosso corpo já é projetado para sentir esse desejo ardente.
A maioria das pessoas arrumam paqueras de mortes quando jovens, exceto as mais anti-sociais que tem dificuldade em externar a própria vontade de morrer. Essas pessoas só são um pouco estranhas, as vezes são vitimistas, ou tem pena de si próprios, por isso são assim mais tristes e inativos obituariamente. Tendem a fantasiar muito por muito tempo, são as chamadas mortes platônicas, que só existem na cabeça de quem deseja a morte mas não tem coragem de praticar, ou porque foi rejeitado pela ideia de morte que projetaram na própria mente. É uma forma muito intensa de sentir a morte (e verdadeira sim! Eu diria!), mas também imatura.
Com o tempo e a experiência, as pessoas acabam encontrando uma morte que, talvez não seja a que sempre sonharam, mas é uma morte real, feliz, completa, responsável, concreta. Não apenas um conto de fadas pintado num banheiro. E aí sim é que se encontra o sentido, a plenitude. O fim verdadeiro, o alívio permanente para o sono que se arrasta por tantos, tão longos e dolorosos anos.
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Planeta automático
Uma escola de música oferece uma aula gratuita de canto coral com uma excelente professora formada na área de canto lírico.
E simplesmente não aparece gente para fazer essa aula.
Eu já falei um pouco na minha terapia sobre sentir que eu nasci no planeta errado. Sei que não é um dos melhores tipos de pensamento para se nutrir na cabeça... mas, as vezes é complicado.
E, às vezes, logo cedo pela manhã, quando terminamos de piscar o olho já são 11 horas da noite.
Todos os problemas tornam-se automaticamente irresolvíveis, todas as pessoas tornam-se automaticamente indisponíveis e o sono se torna automaticamente infinito.
A vontade de morrer se torna automaticamente linda, platônica.
Mas, tudo bem, é só por uma fração de segundo, porque aí já é hora de acordar de novo.
O futuro é assim, automático.
"Você não precisa mais.." porque é chato e incômodo. O melhor é deixar um computador fazer por você.
Está tudo muito bem.
Eu gosto de escrever, por isso estou aqui.
Eu escrevo sobre coisas felizes, sobre espontaneidade.
Num dia eu passei com minha cabeça debaixo de um trem pra ver os trilhos mais de perto.
Metal com metal numa sintonia bem calibrada, com um olho em cada lado da linha.
A minha poesia vibra, e no espaço mental vazio eu me encanto pelo inexistir que me foi roubado por acidente.
Eu sinto no meu corpo, eu toco o meu corpo e sinto que sou o único.
Eu não inventei nada disso, então existem outros.
Tudo o que está aqui foi escrito automaticamente. Escrever é muito chato, eu detesto. Eu coloco um computador para fazer isso por mim enquanto eu posso desfrutar o bom da vida.
O bom da vida.
O ótimo, otimizado, automático.
O melhor da vida a gente guarda pro final.
E simplesmente não aparece gente para fazer essa aula.
Eu já falei um pouco na minha terapia sobre sentir que eu nasci no planeta errado. Sei que não é um dos melhores tipos de pensamento para se nutrir na cabeça... mas, as vezes é complicado.
E, às vezes, logo cedo pela manhã, quando terminamos de piscar o olho já são 11 horas da noite.
Todos os problemas tornam-se automaticamente irresolvíveis, todas as pessoas tornam-se automaticamente indisponíveis e o sono se torna automaticamente infinito.
A vontade de morrer se torna automaticamente linda, platônica.
Mas, tudo bem, é só por uma fração de segundo, porque aí já é hora de acordar de novo.
O futuro é assim, automático.
"Você não precisa mais.." porque é chato e incômodo. O melhor é deixar um computador fazer por você.
Está tudo muito bem.
Eu gosto de escrever, por isso estou aqui.
Eu escrevo sobre coisas felizes, sobre espontaneidade.
Num dia eu passei com minha cabeça debaixo de um trem pra ver os trilhos mais de perto.
Metal com metal numa sintonia bem calibrada, com um olho em cada lado da linha.
A minha poesia vibra, e no espaço mental vazio eu me encanto pelo inexistir que me foi roubado por acidente.
Eu sinto no meu corpo, eu toco o meu corpo e sinto que sou o único.
Eu não inventei nada disso, então existem outros.
Tudo o que está aqui foi escrito automaticamente. Escrever é muito chato, eu detesto. Eu coloco um computador para fazer isso por mim enquanto eu posso desfrutar o bom da vida.
O bom da vida.
O ótimo, otimizado, automático.
O melhor da vida a gente guarda pro final.
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Eu já me afoguei antes
A chuva que cai infinita lá fora pemetra em minha mente e vaza pelos meus olhos inundando todo o meu mundo.
Até eu morrer afogado.
Mas, eu acho que eu já disse isso antes.
Até eu morrer afogado.
Mas, eu acho que eu já disse isso antes.
O lugar que eu morri
A chuva cai interminável, implacável, imperdoável.
Sei que estou escrevendo tão pouco. Mas, é porque realmente já estou morto.
A minha vida acabou em algum momento, e só por inércia, eu continuei em movimento.
Aqui estou eu, sentindo pena de mim, no indefinido ponto que está além do fim.
E escrevo.
Hoje fui no lugar onde minha vida acabou.
Me preenchi de melancolia, talvez também um pouco de saudade, nostalgia.
Foi ali que eu vivi por tanto tempo.
Foi ali que eu morri.
Tantos sorrisos, curiosidades, esperanças, vontades, ansiedades.
Tantas lágrimas, erros. desilusões, negações, frustrações.
Aquele ser que eu era, cheio de movimento, cheio de pensamento, que ainda tentou correr por tanto tempo.
Perdeu o chão.
Se perdeu na escuridão.
Morreu em solidão.
Acabou.
E hoje, nem sei o que sou.
Nem sei se sou.
É como estar no absoluto escuro congelado de uma sala de cinema deserta milhares de séculos depois que o filme acabou e toda a vida do universo foi extinta.
É como estar na minha mente.
Hoje, eu saio na chuva, eu caminho, eu falo, eu respiro.
Mas, eu já não estou vivo.
Sei que estou escrevendo tão pouco. Mas, é porque realmente já estou morto.
A minha vida acabou em algum momento, e só por inércia, eu continuei em movimento.
Aqui estou eu, sentindo pena de mim, no indefinido ponto que está além do fim.
E escrevo.
Hoje fui no lugar onde minha vida acabou.
Me preenchi de melancolia, talvez também um pouco de saudade, nostalgia.
Foi ali que eu vivi por tanto tempo.
Foi ali que eu morri.
Tantos sorrisos, curiosidades, esperanças, vontades, ansiedades.
Tantas lágrimas, erros. desilusões, negações, frustrações.
Aquele ser que eu era, cheio de movimento, cheio de pensamento, que ainda tentou correr por tanto tempo.
Perdeu o chão.
Se perdeu na escuridão.
Morreu em solidão.
Acabou.
E hoje, nem sei o que sou.
Nem sei se sou.
É como estar no absoluto escuro congelado de uma sala de cinema deserta milhares de séculos depois que o filme acabou e toda a vida do universo foi extinta.
É como estar na minha mente.
Hoje, eu saio na chuva, eu caminho, eu falo, eu respiro.
Mas, eu já não estou vivo.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
Despertador de fogo
Tanta coisa anda acontecendo e eu aqui seguindo a minha trajetória balística rumo ao nada.
Não sei exatamente o que me levou a vir escrever aqui hoje.
Talvez, a mesma coisa que me faça querer escrever todo dia, só que geralmente eu deixo pra lá por preguiça, falta de tempo ou sei lá o que mais.
Bem, até que teve uma coisa.. se eu disser, acho que eu mesmo vou pensar que foi só por causa disso, mas eu realmente não acho que tenha sido por causa disso. Pode ter sido por causa disso também.
Enfim, eu sonhei com a Fênix hoje...
Ah, sabia que se eu dissesse eu ia pensar que era por isso.
De qualquer forma, o despertador tocou bem na hora do sonho em que...
Acho que uma parte de mim se recusou a acordar e deixar aquele sonho, mas é só uma parte, talvez eu nem precise dessa parte.
E tanta coisa anda acontecendo enquanto eu fico aqui seguindo a minha trajetória balística rumo ao nada.
Enquanto eu deixo de escrever, apagando para sempre um monte de coisas sobre as quais eu deveria estar escrevendo, ou escrevendo sobre um monte de coisas que eu deveria deixar serem apagadas para sempre.
Acho que minha cabeça realmente não tem cura.
As coisas simplesmente estão entropificadas de tal forma que é impossível achar qualquer forma de organização, ou solução.
Sei que esta é uma forma extremamente errada de se pensar, e que tenho feito um grande esforço e até um acompanhamento para evitar pensamentos assim, mas ainda não são nem oito horas da manhã, então eu tenho o direito de me sentir o quão mau eu quiser sem motivo racional algum.
Neste momento, nada mais do que escrevo faz qualquer sentido. Está ficando tudo igual naquele sonho. As paredes perdem definição, tudo perde o foco e os objetos passam a não serem mais objetos, mas simplesmente ideias, descrições vagas. É como se a qualquer momento, uma fênix pudesse entrar sorrindo por aquela ideia de porta, me desse a mão, chegasse o rosto tão próximo ao meu e dissesse "hora de acordar".
O texto foi interrompido abruptamente.
Não sei exatamente o que me levou a vir escrever aqui hoje.
Talvez, a mesma coisa que me faça querer escrever todo dia, só que geralmente eu deixo pra lá por preguiça, falta de tempo ou sei lá o que mais.
Bem, até que teve uma coisa.. se eu disser, acho que eu mesmo vou pensar que foi só por causa disso, mas eu realmente não acho que tenha sido por causa disso. Pode ter sido por causa disso também.
Enfim, eu sonhei com a Fênix hoje...
Ah, sabia que se eu dissesse eu ia pensar que era por isso.
De qualquer forma, o despertador tocou bem na hora do sonho em que...
Acho que uma parte de mim se recusou a acordar e deixar aquele sonho, mas é só uma parte, talvez eu nem precise dessa parte.
E tanta coisa anda acontecendo enquanto eu fico aqui seguindo a minha trajetória balística rumo ao nada.
Enquanto eu deixo de escrever, apagando para sempre um monte de coisas sobre as quais eu deveria estar escrevendo, ou escrevendo sobre um monte de coisas que eu deveria deixar serem apagadas para sempre.
Acho que minha cabeça realmente não tem cura.
As coisas simplesmente estão entropificadas de tal forma que é impossível achar qualquer forma de organização, ou solução.
Sei que esta é uma forma extremamente errada de se pensar, e que tenho feito um grande esforço e até um acompanhamento para evitar pensamentos assim, mas ainda não são nem oito horas da manhã, então eu tenho o direito de me sentir o quão mau eu quiser sem motivo racional algum.
Neste momento, nada mais do que escrevo faz qualquer sentido. Está ficando tudo igual naquele sonho. As paredes perdem definição, tudo perde o foco e os objetos passam a não serem mais objetos, mas simplesmente ideias, descrições vagas. É como se a qualquer momento, uma fênix pudesse entrar sorrindo por aquela ideia de porta, me desse a mão, chegasse o rosto tão próximo ao meu e dissesse "hora de acordar".
O texto foi interrompido abruptamente.
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