Ela bate à minha porta.
Já está lá há horas.
Fico em silêncio, finjo que não tem ninguém em casa.
Mas não adianta, ela sabe que estou aqui.
Ela sempre sabe.
Ela bate à minha porta.
Verifico minha arma, está sem munição.
Gastei todas as balas na última vez que ela bateu à minha porta.
Vai ter que ser do jeito antigo então.
Faz tempo que não faço assim, mas pode até ser divertido.
Não lembro onde estão minhas facas.
Ela bate à minha porta.
Encontro uma chave de fenda fina e comprida largada no chão.
Vai servir.
Me afasto alguns metros da porta e grito.
"Pode entrar, a porta está aberta".
Ela entra meio desesperada.
"Porque demorou tanto? Por onde esteve?"
Eu estava com preguiça de inventar respostas.
Arremessei logo a chave de fenda.
A chave penetra em seu olho direito e fica cravada. Ela cai no chão.
Ponho na caminhonete, vou até um abismo no deserto, jogo o corpo lá.
Na volta, passo na cidade. Preciso de mais munição.
Em breve ela vai voltar.
sábado, 6 de abril de 2013
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