Areia.
Poeira.
Cinzas.
Partículas da destruição.
Manifestações da solidão.
Materialização da depressão.
A esperança já foi a última que morreu.
Só quem sobrou fui eu,
Caminhando sobre o nada virtual.
Enfrentando sem visão o vendaval.
Tempestade sem chuva.
Dia sem sol.
Noite sem lua.
E o andarilho continua só.
Se for chorar, que seja sem lágrimas.
Não vá desperdiçar sua preciosa água no deserto.
Pois das lágrimas, nada voltará.
Continue caminhando, ande, corra!
Feche os olhos e corra pelo deserto!
Corra sem motivo!
Cruze o imenso nada à velocidade do som!
Corte o vento da solidão que gera o estrondo sônico!
Feche os olhos e siga em frente...
Corra pelo nada...
Sinta a solidão bombardear o corpo.
Sinta a energia se esgotar.
Durma por falta de opção.
Acorde por obrigação.
E em algum ponto, algo vai acontecer:
Um grande abismo no deserto vai se abrir,
E tudo vai acabar.
Pule e se entregue.
Deixe-se dissolver.
E tudo não deixa de ser esperança, enfim, em fim.
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