Olha, eu vou defecar, em tudo.
Ou pelo menos quase tudo...
Eu vou deitar aqui e vou feder.
É certo.
Eu vou feder.
A minha alma desistiu e foi embora.
Eu sou apenas uma gelatina que se move misteriosamente devido à variações imperceptíveis no campo magnético da terra.
É tudo comprovado cientificamente, nada de exotérico.
E assim que os agentes decompositores começarem seu trabalho em mim,
Eu vou feder.
Sim, eu vou feder!
Hoje e manhã!
Vermes vão me comer!
Como uma maçã!
Sim eu vou feder!
Todo santo dia!
Quando eu morrer!
Fedor de alegria!
Hoje eu vou feder!
Mas quem sabe o futuro?
Sei que vou feder,
quando tudo ficar escuro!
Meu corpo é movido pelos vermes que se alimentam dele.
Fumaça de gases em expansão.
Vapores e fedores, amores e cocores.
Não me mate assim, sem mais nem menos!
Espere um minuto ou dois, assim, temos tempo para comprar os fogos de artifício!
Ah eu posso sentir!
Como é bom feder e feder!
Eu não sinto o cheiro, mas sei que posso feder!
Meu corpo fede porque minha alma fede e o fedor perpassa os planos do imaterial para o material.
O fedor de podre, carniça, morte e solidão.
Me desculpe escrever tanto assim, eu só queria conversar com alguém.
Mas, ninguém quer conversar comigo, porque o meu fedor é diferente do fedor deles.
...
O fedor agora consumiu todo o oxigênio.
Não temos muito tempo de vida presos aqui.
Então, vamos dormir.
Podíamos fechar os olhinhos, e torcer para que quando abríssemos, estivéssemos em um canto escuro da lua, flutuando no espaço!
Podemos voar!
Ah, sonhar é tão caro. Faz tempo que não pago um sonho.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
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