quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Amolador

Meus queridos colegas.
Sinto muito que minhas palavras sejam tão desconfortantes.
Acontece que são escritas por patas de elefante, que esmagam minha mente e a liquefazem mais e mais a cada instante.
Meus pensamentos se aproximam cada vez mais do ruído branco, ao passo exponencial ao qual minha sanidade se esvai sem causar espanto.
Já morri por tantas vezes que já nem sei mais a conta, as cordas usam meu pescoço como forca, as facas, como amolador para as pontas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Balaústre

Eu não planto amor.
Pois não tenho a semente.
E não existe o solo,
não existe quem experimente.
Flutuo pelo espaço.
Onde já não há nenhuma luz.
A existência é um boato
Daqueles que se mata com um balaústre.

domingo, 27 de novembro de 2016

O rato na lugarina

Pânico Pânico!
O rato na lugarina!
Ninguém sabe.
Ninguém sabe.
O rato, na verdade, é um gambá.
Japa.
Oh! Oh!
Tem um rato na lugarina!
Um rato aqui!
Em mim!
Eu sou o rato!
E a lugarina se foi.
Ninguém sabe para onde.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

gadep

A dep me pegou pesado esse semestre.
Ainda tive muitas recaídas de gab também.
E eu deixei de aprender tanta coisa.
A consciência até pesou.
Esse não sou eu.
Mas, tudo bem,
Acho que o isto está ficando um pouco mais melhor.
Vamos tentando fazer as pazes com nós mesmos.
Seguindo em frente e em pâncreas.

Isso foi um resumo e insulina.
O tempo é demasiado curto para Pancroteia.

domingo, 20 de novembro de 2016

Pelo nariz

E é nesses momentos que eu sinto que estou morrendo pelo nariz.

FD-C

O FD-C mandou um oi.
A natureza mandou um FD-C.
FD-C eu.
FD-C você.
FD-C o TCC.
FD-C todos nós.

Na natureza não existe tal coisa "importância".
A importância é algo tão artificial quanto aquelas embalagens de isopor e filme de PVC para bananas descascadas.
O universo está pouco importando para a nossa pressa, para a nossa esperança, para a nossa vontade, para a nossa ilusão/desilusão.
O FD-C absoluto é tudo o que existe.
Nada importa, nada.
Não interessa o quão desesperada é a nossa vontade.
Ou o quão inimaginavelmente grande seria o universo que pretendíamos construir.
Não é nada.
Poeira.
Nada importa.
FD-C tudo.

domingo, 13 de novembro de 2016

Triturador de cavernas casadas

Cara, que merda!
Eu gostaria de não ter que fazer tanta coisa desse trabalho sozinho!
E eu odeio com todas as minhas forças aquela maldita professora de processamento de sinais.
E eu odeio o fato de que perdemos tanto tempo com péssimos professores vendo coisas inúteis e tanta coisa que realmente seria muito útil é simplesmente ignorada por esses babacas!

Tudo bem, eu só estou nervoso e estressado..
Me desculpe.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A feira

1º ato

Não! Eu não estou morto ainda!
Eu tenho que lutar..
Eu não posso desistir..

2º ato

É incrível.
Tudo dá certo quando eu não estou presente.
Veja só o que ela fez sem a minha influência negativa.
Ela nunca teria feito aquilo comigo por perto.
Porque é assim que eu sou.
Eu sou "O cara inteligente".
O "Tão melhor que todo mundo".
Oh, que grandioso saco de merda que eu sou..
E vai vir alguém aqui para me dizer que não é assim?
Que não sou eu que faz tudo dar errado?
Que eu não sou 100 vezes pior que um Marvin?
Que eu não sou um depósito infinito de energia negativa?
Acho que não.
Porque afinal, talvez seja só isso que eu queira mesmo.
Fazer um showzinho para ganhar atenção.
Só que, não existem expectadores nesse show.
Eu sou a última gota que sobrou do oceano - agora um deserto sem vida - depois que toda a água se foi deste planeta.
Mas, tudo bem, o show deve continuar.

3º ato

Sim, eu me perdi, de tudo, de todos, de mim.
Ando olhando para trás.
Tropeço em uma raíz de árvore e caio.
Caio, caio e caio.
Caio infinitamente.

4º ato

Você não pode forçar ninguém a fazer nada.
Não há nada a se fazer.
O jeito é ficar sozinho.
Não há mais nada que você possa fazer.
Sinto muito

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O flerte

Eu não estou só.
Eu não estou triste.
Eu estou morto.
Um oceano caiu no meu pé.

A morte flertava comigo.
Eu disse a ela que só a via como amiga.
Mas, diferentemente de mim, que desisto "tão facilmente" das pessoas que eu gosto, a morte flerta, conversa comigo, investe, insiste..

Respeito

Eu nunca vou fazer algo que vai te incomodar.
Invadir o seu espaço.
Eu vou respeitar.
E isso vai valer para todo mundo.

Por isto eu estarei sempre sozinho.
Por isso eu vou morrer de causas tão não naturais.
E sozinho.

domingo, 6 de novembro de 2016

Olha pra mim!

Olha pra mim!
Eu sou o bagre!
Olha pra mim!
Bagre bagre!

Bagre é um nome engraçado.


Teve uma vez que eu pulei de uma ponte e quando eu cheguei no chão, acreditando estar morto, olhei para cima e vi que não tinha ponte nenhuma. Foi tudo um monte de mentiras.

Ai um dia eu escorreguei no chão e todos me disseram que estava tudo bem mas era mentira pois não estava nada bem

Você acha que eu perdi a sanidade, é?
Acha que eu perdi a sanidade?
Pois você está muito enganado!
Eu tenho tanta sanidade quanto o vaso sanitário!
Só não consigo mais respirar pelo umbigo.
Deixei meu cérebro cair na máquina de fazer salsicha.
Eu vou me deixar que morra no oceano do esquecimento.

sábado, 5 de novembro de 2016

Elogio

Você pensa que isso foi um elogio?
É isso realmente que você pensa?
Não, não foi.
Isso foi o tijolo quebrado.
O tijolo do fim do mundo.
O tijolo do fundo do poço.
Isso foi a carne do cérebro se decompondo.
Isso foi a mente se contorcendo e se desfazendo.
Isso foi o sonho impossível,
o sonho perdido, o sonho destruído.
A felicidade falsa que se acaba e some como fumaça.
Tantos sonhos perdidos..
Tantos sonhos perdidos..
Esquecidos.
Sonhos perdidos para sempre de oportunidades que não voltarão jamais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Olhos gentis

Não!
Meus olhos não são gentis!
Nada em mim é gentil!
Nada!
Eu estava inebriado quando disse aquilo.
Foi ridículo e idiota.
Ignore.
Eu vou ignorar.
É como se nunca tivesse acontecido.
É claro, não é totalmente errado eu ter dito, eu tinha que ter dito mesmo, porque eu sou idiota e ridículo, então está tudo ok.
Mas, mesmo assim.. Ah o mundo vai explodir!

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Chão

Fazer as coisas.
Sem perguntar porquê.
Fazer só porque é legal.Fazer só porque é difícil.
Talvez eu sempre tenha sido assim.
E talvez por isto eu nunca tenha sido tão medíocre como estou sendo agora.
Talvez por isto eu tenha caído de cabeça no chão e machucado o chão.

gases nobres

E todo dia eu venho aqui vomitar dolorosamente todas essas palavras.
E toda vez que eu vejo pedras no lago eu sinto como se alguém tivesse enfiado um lápis na minha barriga.
E dói.
Mas aí todas as manhãs eles chegam e plugam em mim um teclado um mouse e uma esteira.
Me fazem gerar flatulências de gases nobres.
E eu não posso mais perguntar, não.
Tudo que eu queria era voar.
Mas arrancaram minhas asas, foram embora e me deixaram preso aqui.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

perebas

As minhas perebas eternas
verrugas espertas
cocô que se diz animal.

Tantas cicatrizes
bolhas de sangue
Eu sou o horror nacional.

A vida até me abomina
E a vitamina da morte
É o que me espera afinal

Eu sou um fantasma de carne
O sabor do abate
No abatedouro do quintal

Eu sou o terror mais sinistro
E quando me vêem
Todos dão o suspiro final

Assim

Eu sou assim, eu sou como uma vitrola alimentada por energia solar tocando um disco estragado em marte.
Eu fico falando e falando e falando infinitamente as mesmas coisas para ninguém ouvir.
Eu sou assim.

Mortos

Obrigado a todos os amigos que me deram felicitações pelo dia dos mortos!
Que os ossos e os pâncreas estejam com vocês!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Prédio

Tem alguma coisa errada.
Esse não é o meu prédio.
não é o meu prédio.
não é o meu prédio.

A porta abre ao contrário.
Esse não é o meu prédio.
não é o meu prédio.
não é o meu prédio.

Eu tô fazendo cocô.
Esse não é o meu prédio.
não é o meu prédio.
não é o meu prédio.

E a minha merda acabou.
Esse não é o meu prédio.
não é o meu prédio.
não é o meu prédio.

\

Se eu dormir eu morro.
Morri