quarta-feira, 30 de abril de 2014

Conversando no telefone

Doutor! Este mês, pela primeira vez em vários meses (talvez anos) eu gastei todos os meus créditos do celular! Raramente eu ligo pra alguém, né Doutor, mas desta vez eu pude ligar.
Pra quem? eu não sei, deixei meu celular no bolso e ele discou e ligou sozinho pra algum desconhecido, ficou vários minutos assim até que os créditos acabaram, mas isto é apenas um detalhe, não é mesmo, Doutor?

Mas ainda bem que é o frio está por aqui, Doutor. Por mais que sejamos Forever Alones, eu gosto do frio.
Bem melhor que aquele calor infernal que estava fazendo dias atrás.

"Você está tentando esquecer algo, mas está fazendo um péssimo trabalho."

sábado, 26 de abril de 2014

A rua errada e invisível que leva até o Deserto

Eu gostaria de poder começar uma caçada, Doutor.
Mas não faz sentido.

Lembra da época em que a gente ficava até altas horas da madrugada conversando com pessoas pela internet, Doutor?
Ah, é mesmo, você ainda não estava aqui naquela época.

E por que diabos eu ainda estou acordado, tendo em vista a hora que eu tenho que acordar amanhã?



Também não sei pra onde foi todo mundo, Doutor.
Acho que, na verdade, eu é que virei a rua errada e invisível em algum ponto do espaço-tempo e fui parar nesta dimensão.
Não há muito o que fazer, Doutor. Vamos dormir.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O idiota escreve

Já é tarde no deserto.
Mas os carros de polícia continuam a cair do céu.
Já é uma hora da madrugada.
A caminhada amanhã será longa também.
Ainda há muito o que fazer,
e pouco tempo para fazer.
Mas alguém ainda está escrevendo.
Quem?
Duas respostas corretas:
 - Ninguém.
 - O idiota escreve.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Professional moron

Aquele é o cara.
O cara que escreve pra ninguém.
Ele é definitivamente o idiota profissional.
Ele demorou muito tempo e se esforçou para chegar onde está.
Mestrado e doutorado em idiotice aplicada.

Não vai comprar o seu carro?
Não vai tirar carteira?

Você tem um camarão onde deveria estar o seu estômago.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Serto

 No deserto. No deserto. No deserto. No deserto. No deserto. No des
o deserto.  No deserto.  No deserto.   No deserto.   No deserto.  No d
deserto.   No deserto.   No deserto.     No deserto.     No deserto.   N
serto.    No deserto.    No deserto.       No deserto.       No deserto.  
rto.     No deserto.     No deserto.         No deserto.         No deserto
o.      No deserto.      No deserto.          No deserto.           No desert
      No deserto.       No deserto.             No deserto.            No dese
    No deserto.        No deserto.               No deserto.            No des
  No deserto.         No deserto.                 No deserto.             No de
No deserto.          No deserto.                   No deserto.              No d
o deserto.            No deserto.                     No deserto.               No
deserto.              No deserto.                       No deserto.                N
serto.                 No deserto.                         No deserto.              
rto.                   No deserto.                           No deserto.              
----------------------------------------------------------------------------------


Sério? Tudo isso pra não fazer o trabalho de cálculo?


Nossa, eu sou muito vagabundo mesmo.

Feriado no deserto

Este feriado foi quase perfeito, Doutor.
Se durasse só mais uns 2 ou 3 meses, aí seria totalmente legariótico.

A solidão é o rei e a preguiça é a rainha. Juntos, reinam absolutos.
Não fizemos nem metade do trabalho de cálculo 4.
Não colocamos o pé para fora de casa desde Quarta feira, passamos 50% do tempo trancados no quarto, 35% dormindo e 15% vagando pela casa.

Melhor que isso, só se durasse mais uns 5 meses mesmo.

Parece que as coisas que temos que fazer só saem sob correria e pressão, doutor. Não adianta dar 4 dias para um trabalho de cálculo não tão grande assim, ele sempre será feito nas últimas horas antes da entrega e vai ficar faltando um bom pedaço.

sábado, 19 de abril de 2014

___________________________________________________________________________________________________________________________#$%¨&*)(*&¨$%¨²³²¹³²³£¢¬£¢¬£¢¬²³¹²¹²³£¢¬

Oi, Doutor!
Que bom que você está aqui!
Eu não queria ficar enchendo meu blog com posts inúteis, Doutor, mas esses dias o deserto está implacável.
É um feriado longo e bastantemente legariótico. Eu estou me divertindo bastante jogando GTA San Andreas (procrastinando um trabalho gigante de Cálculo 4, outro menor de Cálculo 5, um de Circuitos 2 e o final de um de Laboratório de Eletrônica 1 que tenho pra fazer), mas me sinto meio preso também. Estou querendo sair, fazer alguma coisa, ver pessoas (difícil de acreditar que estas palavras estão vindo de mim, né Doutor?) mas está tudo fechado então não há muitos lugares onde eu possa ir, meus amigos estão viajando ou desaparecidos (bastam 2 ou 3 sumirem e eu fico sem conversar com ninguém por dias ou semanas) e não está tendo nenhum evento onde eu possa me aventurar sozinho por aí igual eu já fiz uma vez ou outra no passado.
Acho que então chegou a hora para mais uma edição da "Caminhada Forever Alone". Talvez segunda feira, se eu me comportar e fazer pelo menos uma parte dos trabalhos, eu vá no cinema ver o filme do Capitão América e depois saio sozinho andando sem rumo por aí.
Talvez haja algum ciclo que eu ainda tenha que completar para que alguma coisa legal possa acontecer.
O deserto é cheio dessas coisas, Doutor.
Agora tenho que ir, Doutor.
Vou decidir se continuo procrastinando ou se faço alguma coisa que presta.

O passado no deserto

Dei uma olhada no passado,
tentei achar alguma coisa que eu tenha perdido.
Mas não encontrei nada.

Eu nem sei mais se eu caí no deserto recentemente,
ou se ele sempre esteve aqui, mas só recentemente eu percebi que estava preso nele.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Nada de eclipse no deserto

Doutor, eu tinha que confessar que fiquei destruído por não conseguir ver o eclipse lunar: estava tudo nublado! E eu nem mesmo pude postar sobre isso porque foi tudo uma correria até agora. A natureza não nos dá uma trégua mesmo.

O deserto está absurdamente solitário e apavorizante esses dias, Doutor. Eu fico correndo em círculos e tendo alucinações algumas vezes. Ainda bem que tenho você para conversar aqui, Doutor. Se não, acho que eu ia perder totalmente minha sanidade mental.

Mas já estou um pouco melhor, Doutor, graças ao GTA San Andreas que estou zerando pela n-ésima vez.
Aquele jogo deve ser uma das mais perfeitas criações do homem!
Pelo menos quando eu estou no GTA eu escapo da vida no deserto, eu tenho emoções, quase igual aos humanos, Doutor! Eu fico feliz ao explodir coisas e atropelar pessoas, fico tenso ao fugir da polícia, fico com raiva quando morro. É realmente muito bom.

Agora é hora de voltar para o deserto, doutor. Meu deserto gigantesco, vazio, escuro e frio. Vou apoiar minha cabeça em alguma pedra e descansar até amanhã.

Até mais, Doutor!

domingo, 13 de abril de 2014

Posts antigos no deserto

Doutor, fui ler alguns posts da época em que criei o blog.
Meu blog hoje possui 664 posts (contando com este), sendo que 492 estão publicados e 172 eu simplesmente censurei por serem mais idiotas do que o máximo permitido pelas leis e tratados internacionais.

Aquela época era realmente horrível Doutor! Como foi que eu consegui escapar com vida daquilo?
E os dias de hoje trazem um aspecto ainda mais sombrio daquela época. Ao ler meus posts antigos, é possível sentir a esperança que eu nutria na época, Doutor. Sim, eu tinha esperanças na minha vida pessoal e social. Eu pensava que algum dia, eu seria uma pessoa normal e tudo daria certo.
Mas, neste sentido, quase nada mudou desde aquela época Doutor, e isto é o aspecto ainda mais sombrio que os dias de hoje trazem sobre aqueles tenebrosos dias passados. Talvez, a maior mudança tenha sido justamente o fim de toda a esperança. E ainda dizem que a esperança é a última que morre!

Mas talvez tenha sido a esperança que me fez suportar tudo aquilo. Será que, se eu soubesse onde estou hoje, eu teria conseguido chegar até aqui? Ou eu teria desistido de tudo?
A obsessão fez de mim um cara bem deprimido naquela época, hoje eu consigo suprimir grande parde desta obsessão. Acho que a obsessão teria me derrotado se eu soubesse que continuaria sendo para sempre uma obsessão, e não uma realidade.

Sabe, Doutor, por mais que me dê até um aperto no pâncreas ao ler aqueles posts e saber que tudo que está ali são anseios, vontades e esperanças que nunca foram satisfeitas, fico muito feliz de ter escapado e chegado até aqui. Por mais que muita coisa tenha dado errado, muitas outras coisas deram certo. Apesar de ainda ter algumas recaídas, minha obsessão está ficando cada dia mais escassa, e eu estou encontrando muito sentido em muitas das coisas que eu estou fazendo no momento.

Talvez isto sirva para me dizer que, por mais que as coisas estejam péssimas e quase tudo com certeza vai dar errado no final, ainda vale a pena ter alguma esperança.
É quase como se estivesse no fim de um daqueles filmes onde quase todos os personagens bons morrem, mas o bem ainda consegue vencer.

Então é isto, Doutor! Continuarei trilhando meu caminho pelo deserto, por mais que eu pense que tudo o que eu vou encontrar é areia e solidão. Talvez eu chegue algum dia a algum lugar que hoje eu pense ser horrível, mas que quando eu chegar lá eu consiga enxergar sua beleza e me adaptar, assim como eu fiz com este gigantesco e vazio deserto que hoje eu chamo de meu.

A feiura no deserto

(1)
Ser feio, para algumas pessoas, é uma arte.
Não é só ser feio por fora.
Geralmente, uma pessoa pode se arrumar e ficar bonita.
Mas em alguns casos isto não acontece.

(2)
Eu sou feio por dentro, Doutor.
Minha feiura começa na mente.
Não é algo superficial, é algo profundo.
Não é um estado:
Eu não estou feio, eu sou feio.

(3)
Minha feiura vai saindo da minha mente,
e como se fosse um gás venenoso,
se prolifera pelo meu interior até me preencher completamente.
Então a feiura começa a transbordar e ser exalada por todos os caminhos, até mesmo pelos poros da pele.
As pessoas pressentem o gás toxico e saem correndo imediatamente.
É um dos motivos pelos quais eu vivo num planeta deserto, Doutor.

(4) Quando eu era mais novo, Doutor, na escola alguns meninos tinham uma brincadeira meio malvada:
Algum deles vestia uma luva imaginária, dava um tapa em mim e saia gritando: "Germes do guilherme! Quem encostar pega!" Todo mundo saia correndo, Doutor. Aquilo já era o gás da feiura se manifestando. Com a inocência que aqueles meninos tinham, eles eram capazes de ver o gás que saia de mim, e pensavam que aquilo era um germe qualquer. Para a sorte deles, não é contagioso, não é mesmo Doutor?

(5) No meu caso, Doutor, a feiura é uma causa e uma consequência em um ciclo vicioso. As pessoas fogem de mim porque eu sou feio, e eu me dou o direito de ser o mais feio, tosco e indesejável possível porque não tenho ninguém para ter que agradar.

(6) Mas eu estou vivendo bem com isto, Doutor. Minha fase de isolamento social ainda deve durar algum tempo. Talvez algum dia eu fique realmente nervoso e resolva tomar uma atitude, mudar alguma coisa, ou talvez o universo resolva parar de conspirar contra minha evolução social (essa eu acho mais difícil de acontecer). Mas por enquanto meu sistema está se adaptando bem ao deserto.

domingo, 6 de abril de 2014

Tudo conspira para manter o Forever Alone

Tenho que confessar uma coisa, Doutor.
Eu sou um robô velho que já passou da hora de aposentar.
Mas estou preso no corpo de um jovem robô.

Eu sou tão social que a praça da liberdade me da um chute na bunda e eu tenho que sair andando com minha bota que machuca o meu pé. Então meu pé sangra até a morte e eu morro de gangrena.

Agora, coisas aleatórias, porém muito importantes em seu contexto original, que 6 pessoas diferentes já me escreveram:

(1) "Eu mesmo, não gosto muito de mesmice. Por melhor que esteja a situação"

(2) "Eu também estou agarradão, fazendo 1001 coisas ao mesmo tempo, mas estão tendo muitas oportunidades legais para empreendedorismo em minas e no Brasil!" - "Esse tipo de experiência pode te ajudar a ficar mais humano, hein."

(3) "Bacana, você está mais social que eu! Cara, só fiquei no xbox. Só agora que resolvi dar uma parada." - "Ah mais você foi no parque, né. Você foi em dois lugares."

(4) "O que eu não entendo em você é porque você se sente tão frustrado em não ser como aquele cara gente boa que 'faz churrasco em casa e te apresenta meninas', esse mesmo cara pode estar frustrado em não conseguir tirar notas tão boas quanto você."

(5) "Foi até criativo. Toda vez que eu ler ou ver em algum livro o apêndice, vou lembrar do pâncreas"

(6) "Lembro de você sim. Quanto tempo! Não lembrava que a gente tinha trocado e-mail. Legal você me escrever!"


Hahaha!!  Viu só, doutor? "Não lembrava que a gente tinha trocado e-mail." Essa foi boa mesmo, Doutor, eu ri demais!
(Na verdade a gente não tinha trocado e-mail. Eu descobri o e-mail por meus próprios meios)

A orquestra no deserto

O andarilho solitário foi à praça para ouvir a orquestra.
Mas ele estava atrasado.
Quando o andarilho chegou não havia mais orquestra.
Não havia mais música.
Não havia praça.
Não havia mais nada.
O andarilho solitário perdeu mais esta chance.
E tudo tinha se transformado em um gigantesco deserto.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Camisa do bátima

Oi, doutor.
Estou meio sem tempo hoje, temos que ir dormir.
Aquela camisa do bátima é legal, não é, doutor?
Aquela que aquela menina tava usando.
Ou seria a camisa do bátima que estava usando a menina?
Ou a menina é que seria legal?
Então a menina nos fez viajar por aquelas dimensões paralelas novamente, doutor. Aquelas dimensões ilusórias em que nós vamos nos adentrando pelo mundo dos humanos e fazendo as coisas que eles fazem.
A nossa mente ganhou o Oscar de melhor filme, doutor.
O melhor filme do ano:
"A menina que usava camisa do bátima na praça da liberdade"
Não! Não!! não era este o filme! era:
"A camisa do bátima que usava menina na praça da liberdade"
Nãão!! Tá errado, não é isso! Que menina é essa, de onde ela veio?
Não tem menina nenhuma!
Ou será que tinha a menina mas não tinha a camisa do bátima?
Não, a menina não estaria pelada.
Definitivamente tinha uma camisa do bátima.
Mas a camisa não se moveria sozinha!
Devia ter uma menina lá também!
Mas de onde veio essa praça da liberdade?
E por que a prova de cálculo 5 foi tão grande?
Eu desisto, doutor. Não sei de mais nada.
Já está na hora de dormir.
Eu fiquei muito mais tempo aqui do que o que eu deveria.
Pensando na praça da liberdade usando a menina na camisa do bátima.
Ah.. como eu queria sair com...
EI!
NÃO!! DROGA!!  NÃO ERA ISSO!!  AAAAH!!!!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Blogs zumbis que secam no deserto

I:
Os blogs que eu sigo, em sua grande maioria hoje são zumbis.
Blogs que um dia foram vivos, que as pessoas desabafavam neles, igualmente como eu estou fazendo agora, mas que agora estão abandonados, mortos.
As coisas mudam, as pessoas mudam.
Algo incomodava aquelas pessoas que escreviam blogs, e agora não incomoda mais, ou se tornou irrelevante.
Até nisso me torno solitário, sou o único aqui a escrever também.

II:
O blog "a infinita ausência" é o que mais me choca, chego a ter um arrepio quando penso sobre ele.
Quando eu o encontrei, ele ainda recebia posts, eu li algumas postagens e me vi obrigado a seguir.
A autora escreveu incansavelmente por quase sete anos, desde 2005 até 2012, exclusivamente sobre a pessoa de quem ela gostava mas com quem nunca conseguiu uma chance.
São posts incríveis, realmente muito bonitos e poéticos mas ao mesmo tempo, guardam algo tão triste em sua essência. Cada post cultiva uma esperança de que algo um dia possa acontecer, até que você chega ao fim do blog e se depara de repente com uma "porta que foi fechada por não mais levar a lugar algum".

(pausa)

III:
O "Vôos de uma borboleta roxa..." é o único blog mais pessoal que sigo que ainda recebe posts. Os posts da autora são muito legais, mas são bem raros também.
O blog do Rogério Skylab recebe alguns posts de vez em quando, mas não são tão pessoais.
Eu sinto falta de um blog que seja parecido com o meu.

IV:
Mas, meu blog acabou se tornando uma grande piada, uma metáfora da minha própria condição "inexistencial".
Eu não existo, meu mundo não existe, assim como meu blog e o mundo dos blogs não existe. Ou, se preferir, eu sou o único que ainda existe no meu mundo, assim como meu blog é o único que existe no mundo dos blogs pessoais.

V:
Continuarei procurando, Doutor. Para talvez algum dia encontrar (ou não) as anotações de alguém que esteja em algum lugar, solitário, escrevendo suas próprias desventuras para que ninguém leia.
Continuarei procurando alguma coisa legal e inspiradora para ler no deserto.