sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O dia em que um robô se encontrou com a Lua..

Não caberia em um blog inteiro tamanha legariosidade de um dia assim..
Ela está tão linda e o robô, com sua tosca e imprecisa estrutura mecânica, a abraça longamente passando as mãos trêmulas e pesadas pelos cabelos soltos dela. É como se, nesse momento, o robô tivesse permissão para sentir. E ele sentia que estava realizando um sonho impossível.. sentia que este era o momento mais bonito que ele já havia registrado, o momento pelo qual esperou tanto tempo. Gostava tanto de estar ali, e gostava tanto e tão profundamente dela, que até se confundiu com um ser humano por algum instante. É claro que por mais intensos que fossem seus pensamentos (ou sentimentos se assim o espaço-tempo permitir dizer) ele não passava de um robô sem muita importância. E quem gostaria de ficar perdendo seu tempo abraçando um robô? Ainda mais com um tempo tão curto e disputado.. Qualquer coisa além disso então seria inadmissível entre uma lata velha e alguém tão especial. Para ela, hoje provavelmente foi só mais um daqueles dias dos humanos em que eles encontram alguém bizarro,estranho e desinteressante por aí. Mas ela jamais saberá o quanto alguns minutos com ela trazem luz para vários anos na escuridão da vida de um robô. E mesmo com toda a sua humanidade ela jamais será capaz de sentir por um robô o que ele teve permissão para sentir naquele momento.

É claro que, como um robô, ele é paciente e capaz de esperar enquanto houver energia em seu sistema. Ele vai esperar o momento em que poderá vê-la de novo.. até mesmo o momento em que ela estará gostando dele e que eles ficarão juntos. Ele jamais vai parar de sentir a falta dela a cada minuto registrado, e sempre terá uma mínima esperança de reencontro algum dia. Mesmo que isto demore até o infinito.

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