E a poeira vai se acumulando sobre meus livros, meus discos de vinil, meus jogos.
Poeira se acumulando no céu que eu costumava observar, nas estrelas, na lua.
Poeira se acumulando nos meus sonhos, nas minhas amizades, nos meus "amores não correspondidos" (pleonasmo).
Poeira nas minhas ilusões.
A poeira assenta sobre todas as superfícies, ocultando as cores, desencorajando o toque, expulsando a presença.
Tudo que se vê é cinza e marrom. E empoeirado.
A poeira que vem do deserto, difícil de limpar.
Poeira sobre meus olhos. Não enxergo mais nada.
E tudo permanece perfeitamente estático. O dono da casa perdeu os sentidos há muito tempo. A poeira assenta sobre ele, até que não seja mais distinguível.
Não há mais como distinguir a poeira do material original.
E nem há interesse em distinguir.
Agora já é tudo poeira.
sábado, 28 de março de 2015
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