Eu realmente me expressei mal no meu post sobre o fracasso. Quero dizer, acostumado a conversar com o Doutor (personagem mudo que vive na minha cabeça e que, na maioria das vezes, entende o que eu penso e escrevo. Quando ele não entende, é porque nem eu mesmo entendo), não esclareci direito as condições das minhas afirmações.
É claro que temos uma amizade, e bastante forte a ponto de você até conseguir ter paciência de ler os posts sem noção do meu blog!
Tenho alguns outros bons amigos também, e com cada um deles tenho algo profundamente compartilhado.
Estas amizades são as que eu considero do melhor tipo, as de mais alto nível, aquelas que nós podemos contar nos dedos... de uma só mão... e ainda sobram dedos XD.
Mas, uma coisa que eu observo nos humanos é que, além destas amizades de alto nível, eles também possuem (em quantidades colossalmente maiores) amizades de níveis mais baixos. Seria aquele "cara gente boa que eu fui na casa dele num churrasco uma vez e ele me apresentou umas gatas mas que a gente nunca mais conversou", ou colegas de sala com que os humanos raramente conversam, mas que encontram em festas por aí (sem combinar), colegas de trabalho, etc: Relações superficiais.
Por mais que a qualidade das relações seja o fator mais importante, a quantidade de relações (mesmo que sejam fracas) abrem muitos caminhos para o desenvolvimento pessoal e social.
Por isto que, mesmo que eu seja muito feliz nas amizades de alto nível, me considero um fracassado na vida pessoal porque, se comparado com a quantidade e variedade de relações que um humano gerencia, as minhas tendem a zero. Veja bem, eu nunca vou em festas com pessoas da minha idade, muito raramente fico (ou tento ficar) com alguém que não me deixa pior do que quando eu estava sozinho, não converso com quase ninguém na faculdade, eu tenho um medo extremo de encontrar qualquer pessoa fora de um meio profissional pois, por não ter absolutamente nada de pessoalmente interessante, eu não teria quase nenhum assunto (assunto de gente normal: futebol, relacionamentos... essas coisas de humanos) para conversar sobre.
Quanto à falta de empatia: uma humana ou humano pode até dizer que gostaria de me incluir em uma reunião de amigos, mas, o que geralmente acontece é que as pessoas não tem proximidade comigo o bastante para fazer um convite e, é claro, no caso a culpa é somente minha, justamente pela minha falta de empatia, por eu não conseguir dar um passo à frente e facilitar as conversas, deixar as pessoas confortáveis para conversar comigo e me chamar para fazer coisas (assim como, eu chamar as pessoas para fazer coisas).
Valeu por me achar legal e empático! XD
Eu geralmente trato as pessoas da melhor forma possível e, quando conversando sobre algo profissional, eu consigo deixar as coisas bem confortáveis para as duas partes.
O problema é quando sai disso, mesmo. Na área pessoal, tudo fica estranho e sombrio.
Eu também sempre achei que o PC Siqueira demonstra fortes traços de depressão nos vídeos dele, e pode ser sim que este vídeo tenha saído sob o efeito de pensamentos altamente depressivos. Mas ainda assim, achei o vídeo inspirador no sentido de "deixar pra lá o que deu errado e partir pra outra", que foi o que eu fiz abandonando a minha vida pessoal para me dedicar quase que exclusivamente ao trabalho.
Não entendi muito bem o que a poliomielite, dislexia e dispraxia tem a ver com isto, mas não acho que a ausência destes maus torne injustificável uma depressão (não sei se foi isto que você quis dizer).
Mas, em certo ponto concordo com você: não posso me considerar um fracassado na vida porque a maioria das coisas que tentei na minha vida pessoal deram errado, afinal, a maioria das coisas que eu tentei na vida profissional deram certo!
Talvez, no máximo eu possa dizer que sou um fracasso (absoluto) pessoal e um "sucesso" (relativo) profissional.
A questão de sucesso ou fracasso na vida é algo um tanto quanto indeterminado, que a pessoa acaba se definindo de acordo com o seu astral no momento.
Enfim, muito obrigado por ler e comentar no meu blog.
Me desculpe por escrever um texto tão absurdamente grande como resposta, mas é porque achei o seu comentário realmente relevante e sincero, revelando algumas inconsistências no post que eu havia escrito.
Até mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário