A "mulher gostosa" caminha pela enorme sala cheia de homens e por onde ela caminha pode se ouvir o barulho dos pescoços dos homens estralando. Ela continua caminhando exibindo seu corpo atraente com plena consciência de que todos pararam seu trabalho para comê-la com os olhos.
Um murmúrio de comentários e conversinhas de todos os tipos ressoava por toda sala.
Quase se ouvia uma música de conotação altamente sexual.
Eis que ela chega à parede onde sobe uma pequena escada até chegar em um palco, onde holofotes iluminam e realçam ao extremo suas curvas sedutoras. Ela então levanta o braço, com a placa na mão, à altura do ventilador, para resfriar a placa que esteve sob alta temperatura para os processos de produção.
Ao tempo que quase todos os homens do recinto pararam completamente o que estavam fazendo para observá-la (alguns babando, alguns tirando fotos, alguns tentando esconder uma ereção, alguns indo para o banheiro...) ela pergunta:
- Esta placa precisa esfriar muito?
O técnico, sério e sem se deixar abalar por tamanha expressão de arte em forma de corpo humano, responde:
- Sim, deve esfriar completamente, por um bom tempo, até chegar à temperatura ambiente.
A mulher, se fazendo de tímida, pergunta:
- Mas é por minha causa ou por causa da placa?
Um silêncio tomou conta do lugar. O técnico não esperava por isto. Um homem sério, que não fazia qualquer tipo de comentário depreciativo ou ofensivo era confundido com qualquer outro que estava apenas ali observando um objeto sexual sem considerar qualquer valor humano ou intelectual. Ele ficou paralisado, não pode responder.
Outro dos rapazes percebeu a situação e disse, rindo meio sem graça:
- É por causa da placa!
Entre si, os homens voltavam a comentar sobre o real motivo.
O técnico fingiu que não ouviu nada disso e saiu da sala, foi cuidar de outros assuntos mais importantes.
Na sua cabeça ressoava aquela última pergunta "Mas é por minha causa ou por causa da placa?". "Por causa da placa, é claro!".
Não havia muito o que fazer. Ninguém jamais acreditaria. Ele entra no jogo e comenta com os demais colegas. "Temos que arrumar mais placas para ela fazer, não é mesmo?".
No dia seguinte, o técnico recolhe as placas prontas. Dentro de si, pode sentir orgulho, pois seja o que quer que tenha acontecido, as placas estão perfeitas.
sábado, 8 de março de 2014
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